A HISTORICIDADE DA PULSÃO E A TRANSMISSÃO DA CULTURA

Autores

  • Ruth Arielle Nascimento Viana
  • Caciana Linhares Pereira

Resumo

A presente pesquisa surge de uma problematização sobre a “transmissão” em Psicanálise – tema este que se relaciona com a transmissão da Psicanálise mesma e, de um modo mais amplo, com a forma como a Psicanálise teoriza a transmissão da cultura. As teses fundamentais que autores como Sigmund Freud (1856-1939) e Jacques Lacan (1901-1981) estabeleceram sobre a constituição do sujeito e da cultura se relacionam com o tema da transmissão, através de categorias fundamentais à Psicanálise, como a pulsão, em sua relação inerente com o estatuto do que é o inconsciente. A pesquisa problematiza a questão de que não seria possível pensar a dimensão da transmissão (histórica) própria ao humano isenta das contribuições psicanalíticas internas ao conceito de pulsão, em sua relação intrínseca com o modo como se opera com a temporalidade própria à mesma. Logo, a pesquisa investiga o modo de operar da pulsão em sua relação com o tempo. Partimos da hipótese de que a pulsão, em seu entrelaçamento necessário com a proposição do inconsciente, estabelece relações fundamentais com a forma mesma da transmissão e de que o estudo da relação entre pulsão, transmissão e tempo pode trazer contribuições importantes para o avanço da psicanálise no que a mesma aposta numa dimensão histórica – e historicizante – do advento do sujeito. Neste caminho, articulamos noções importantes para a psicanálise, como as de mito, ficção e trauma, em sua relação com as condições de surgimento e do modo de operar particular que constitui a metapsicologia. Esperamos, com esta pesquisa, contribuir para os estudos que, em âmbitos diversos, enfrentam os dilemas tão presentes hoje nos debates em torno da história e da memória, culminando fundamentalmente num profundo questionamento da noção de representação. A pesquisa caminha agora para o seu fechamento, que culmina em uma relação entre pulsão e trauma, determinante para pensar a temporalidade própria ao surgimento do sujeito na cultura. Por fim, obrigada à CAPES.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação