A REFORMA DO ENSINO MÉDIO E O ESPAÇO DA DISCIPLINA SOCIOLOGIA NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE FORTALEZA
Resumo
Fruto de uma atividade do Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (PROFSOCIO), o presente trabalho objetiva investigar como as escolas públicas estaduais que aderiram ao programa Novo Ensino Médio estão organizando suas matrizes, construindo as Propostas de Flexibilização Curricular (PFC) e adequando o Projeto Pedagógico, a partir de documentos orientadores e da própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O lócus da nossa investigação foram doze estabelecimentos de ensino de diferentes categorias, circunscritos em alguns bairros da cidade de Fortaleza. Inicialmente realizamos pesquisa documental e bibliográfica com o intuito de conhecer as bases legais do programa e formular as problematizações necessárias frente ao objeto a ser investigado. Na sequência, realizamos observação não participante nas unidades escolares no momento da reunião de planejamento das ações da PFC, entrevistamos representantes do núcleo gestor e professores de Sociologia. Por se tratar de um tema ainda em fase de implementação, nosso aporte teórico está ancorado nas recentes produções de Handfas (2017), Mendonça (2016/2017), Frigotto (2017) e publicações em periódicos que tratam da conjuntura política brasileira marcada pelo avanço de uma agenda conservadora em diversos âmbitos da sociedade, atingindo, inclusive, a educação. Resultados preliminares apontam uma preocupação dos gestores das escolas em tempo parcial no que tange à implementação de novos itinerários formativos na matriz curricular tendo em vista as condições estruturais e o horário de funcionamento das aulas. Por sua vez, os docentes que lecionam Sociologia veem a reforma do Ensino Médio como uma ameaça à oferta da disciplina na educação básica, temendo pela diminuição da diversidade de conhecimentos presentes nessa etapa escolar, reduzindo o acesso de alunos da rede pública a conteúdos fundamentais para sua formação integral e para o desenvolvimento da percepção crítica.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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