A RELAÇÃO ENTRE A GENERIFICAÇÃO DOS SUJEITOS E O CONSUMO

Autores

  • Tatiana LourenÇo Moreira
  • Stephanie Caroline Ferreira de Lima
  • Deborah Christina Antunes

Resumo

A moda, como construtora de significados a partir do vestuário e de outros objetos de consumo, gerencia formatações sociais, rupturas e reconciliações entre o ser e seu meio. Somos indivíduos localizados em um sistema de administração global, em que a remodelagem constante da Indústria Cultural gera produtos mediadores da tensão entre indivíduo e sociedade. A própria moda é uma dessas formas de mediação. A pesquisa busca investigar, com base na Teoria Crítica, as relações e consequências entre o surgimento de nichos de mercado, como é o caso da moda agênero e a busca por liberdade diante de mundo administrado que tudo coopta para capitalizar e controlar, gerando então (pseudo)liberdades. Para a análise, foram expostas algumas marcas que surgem nesse ambiente de suposta autonomia dos sujeitos por via do esclarecimento e a partir daí se propõem a quebrar paradigmas/estigmas/enquadramentos, ou seja, vendem a liberdade. Curiosamente, para sair dos rótulos, criam-se outros. Portanto, como perspectiva de reflexão teórica diante da problemática, tem-se em mente que o mercado, a política e a sociedade se remodelam para seguir em plena funcionalidade. Logo, a contradição e retroalimentação dos dois pólos - de um lado a individualidade sustentada pelo consumo e de outro o sistema de administração da sociedade - desperta a reflexão sobre as formatações psicossociais da contemporaneidade. A metodologia trata-se de uma exploração netnográfica sobre negócios de nicho, aliando o olhar empírico ao teórico. Isso resultou no encontro de marcas que já cooptaram causas socioculturais, como é o caso da luta por igualdade de gêneros, para produzir e vender novas mercadorias. Logo, propiciou uma discussão sobre as tensões dialéticas entre liberdade e dominação na dinâmica mercado e sujeito. Portanto, o trabalho gera reflexões sobre um mundo administrado por (pseudo)liberdades, exemplificando com o caso da moda agênero e de outros nichos de mercado.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação