ARANHAS-ZUMBIS? MANIPULAÇÃO COMPORTAMENTAL DA ARANHA MACROPHYES PACOTI (ARANEAE: ANYPHAENIDAE) PELO FUNGO ARANEOPATOGÊNICO GIBELLULA SP. (CORDYCIPITACEAE)

Autores

  • Italo Diego Paiva Arruda
  • Márcio Lopes Faustino
  • Emily Oliveira Fonseca
  • Joedson Castro Pires
  • Francisco Ageu de Sousa Nóbrega
  • Jober Fernando Sobczak

Resumo

Os parasitas possuem grande importância para o funcionamento dos ecossistemas. Existem, inclusive, parasitas que possuem a habilidade de manipular o comportamento de seus hospedeiros. Os fungos entomopatogênicos são um grupo de parasitas que podem manipular o comportamento de seus hospedeiros, como o caso das “formigas-zumbis”. Existem fungos entomopatogênicos que parasitam aranhas, apesar de não possuírem casos que provam a manipulação de comportamento da aranha pelo fungo. Esse estudo se propõe a investigar a manipulação comportamental da aranha Macrophyes pacoti pelo fungo Gibellula sp. A pesquisa foi realizada em uma área da APA da Serra de Baturité, Ceará, Brasil, onde há ocorrência da interação. Na área, cinco parcelas amostrais foram demarcadas com tamanho de 10x10m. Nessas parcelas, mensalmente e durante um ano foi feita uma busca ativa na vegetação em busca de aranhas infectadas ou não pelos fungos. Nas parcelas, foram coletados dados de altura em relação ao solo (cm) dos indivíduos infectados e não infectados, para investigar a hipótese de manipulação comportamental. No total, ao longo do período de estudo, foram registradas nas parcelas 2565 aranhas, das quais 700 indivíduos estavam parasitados e 1865 indivíduos vivos. As aranhas registradas ocorreram em uma altura média de 74.57 cm ± 30.52 cm, variando de 5 a 240 cm. A altura média em relação ao solo das aranhas infectadas (média = 93.4 cm) foi maior quando comparada à altura média (média = 67.8 cm) das não infectadas (GLM: z= 81.11; p = <0.0001). Essa diferença de altura corrobora nossa hipótese de que o fungo induz uma segregação vertical na população de aranhas, fazendo com que as infectadas fiquem em maiores alturas do que as não infectadas, possibilitando uma maior dispersão dos esporos dos fungos, possibilitando a infecção de novas aranhas. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação