AVALIAÇÃO DA DISFUNÇÃO TIREOIDIANA EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA EM USO DE INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE

Autores

  • Lais Farias Masullo
  • Tarcísio Paulo de Almeida Filho
  • Pedro Aurio Maia Filho
  • Manoel Ricardo Alves Martins
  • Suzzy Maria Carvalho Dantas
  • Romelia Pinheiro Goncalves Lemes

Resumo

A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é uma neoplasia mieloproliferativa clonal das células tronco hematopoiética. A doença decorre da translocação entre os cromossomos 9:22, formando o gene BCR-ABL que codifica uma oncoproteína BCR-ABL com atividade tirosino-quinase constitutiva. Após o início do uso dos inibidores de tirosina quinase (ITKs), a sobrevida da LMC aumentou consideravelmente, mudando o curso da doença. No entanto, tem-se observado a ocorrência de efeitos adversos associados ao uso dos ITKs, mais recentemente tem sido reportado a disfunção tireoidiana, tanto no tratamento com os ITKs de primeira geração (Imatinibe), como de segunda geração (Nilotinibe e Dasatinibe). O objetivo do estudo foi de avaliar a frequência de disfunção tireoidiana em pacientes com LMC, tratados com os ITKs, bem como comparar a presença de disfunção tireoidiana de acordo com o tipo de inibidor de tirosina quinase utilizado. Trata-se de um estudo transversal, incluindo 87 pacientes com diagnóstico clínico e molecular de LMC, na fase crônica, em uso de ITKs, em acompanhamento ambulatorial no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), no período de marco de 2018 a novembro de 2019. Os dados dos exames laboratoriais dosagens séricas de TSH, T4L, T3T, que avaliam o metabolismo do hormônio tireoidiano foram obtidos nos prontuários médicos. Um total de 87 pacientes foram avaliados, desses, 15 (17,24%) apresentaram algum tipo de disfunção tireoidiana. Quanto ao perfil da disfunção tireoidiana, 93,33% dos casos são por hipotireoidismo. Observou-se uma média de TSH de 5,62 mUI, T4L: 1,3 mUI e T3: 1,35, compatível com o quadro de hipotireoidismo subclínico. Quanto ao ITK relacionado à disfunção tireoidiana, observou-se maior prevalência em inibidor de primeira linha (67%). Conclui-se que o uso de inibidores de tirosino quinase está associado com a ocorrência de hipotireoidismo subclínico em pacientes com LMC, principalmente nos casos de ITKs de primeira linha..

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação