AVALIAÇÃO IN VITRO DA CITOXICIDADE DO EXTRATO PROTEICO DA POLPA DOS FRUTOS DE NONI (MORINDA CITRIFOLIA L.)

Autores

  • Vilmara Albuquerque de Farias
  • Bruno Coêlho Cavalcanti
  • Hermógenes David de Oliveira
  • Hermogenes David de Oliveira

Resumo

Morinda citrifolia L. é uma espécie da família Rubiaceae, com diversas aplicações terapêuticas e industriais. O extrato da polpa dos frutos dessa espécie (EPN) constitui uma fonte rica em peptidases que se mostraram promissoras para produção de queijos. Porém, sua aplicação como ingrediente alimentar depende de testes de toxicidade para definir seus limites de uso seguro. Este trabalho objetivou avaliar a toxicidade de EPN utilizando métodos in vitro. EPN foi obtido por meio de extração em tampão fosfato de sódio 50 mM pH 7,0, contendo NaCl 0,15 M. Para a avaliação da citotoxicidade foi realizado o ensaio do MTT utilizando fibroblastos murinos (L929), no qual foram testados EPN aquecido e não aquecido (10-80 µg/mL). Os resultados mostraram que houve uma redução significativa no crescimento celular (29%) nas concentrações acima de 60 µg/mL de EPN após 24 h de incubação, diferentemente do resultado observado com EPN aquecido. Além disso, algumas células encontraram-se em suspensão nas maiores concentrações testadas (60-80 µg/mL). Contudo, após sua retirada do meio de cultura, as células cresceram normalmente aderidas ao fundo da placa. Acredita-se que peptidases em EPN ocasionaram a hidrólise de proteínas de adesão dos fibroblastos, condição necessária para o desenvolvimento destas células. Para avaliar a genotoxicidade do EPN, foram realizados os testes do cometa e de micronúcleo. O teste do cometa revelou que, após 24 h de contato com EPN (600 µg/mL), o DNA de fibroblastos murinos não apresentou danos estruturais. Esses resultados corroboraram com o teste do micronúcleo realizado com o emprego de citocalasina B, onde não foram identificados micronúcleos em células binucleadas, indicando que não houve alterações cromossômicas durante a divisão celular. Embora os resultados obtidos neste trabalho tenham sido promissores, ainda são necessários testes in vivo para assegurar o uso de EPN como um novo ingrediente alimentar.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação