BIENAL (DE) FORA DA BIENAL: A INVISIBILIDADE DE INFÂNCIAS À MARGEM

Autores

  • Paula Autran Nunes
  • Joao Paulo Pereira Barros

Resumo

Este trabalho tem com o objetivo analisar a produção de invisibilidades de infâncias marginalizadas, mais especificamente com crianças que moram no território do Serviluz na orla marítima da cidade de Fortaleza-Ce. Os moradores desse território vivem em situação de vulnerabilidade, falta saneamento básico e o mínimo para viver com qualidade se faz ausente. As existências desses territórios são colocados às margens da cidade, escondidas e em lugares de difícil acesso, dentro de uma relação colonialista que dita os modos de existir. A Psicologia tensiona os problemas na produção dessas territorialidades, com o intuito de estimular uma Psicologia também marginal, não hegemônica, desnaturalizando essas violências. As invisibilidades que a criança vivencia nesse contexto são constituídas através das relações de poder hegemônico, tanto por meio de um pensamento adultocêntrico, como também por serem moradoras de um território que é socioeconomicamente marginalizado. Teremos como ponto de partida o encontro de crianças que participam do Projeto de Vida Titanzinho por meio do Instituto Trêsmares, que facilitou um momento de contação de histórias com o autor dos livros infantis por meio da XIII Bienal Internacional do Livro no Ceará, como parte da ação “Bienal Fora da Bienal”. A falta de mobilidade para que essas crianças tenham acesso a espaços como o da Bienal, reforçando a invisibilidade sofrida por essas infâncias. A ausência dessas infâncias no principal espaço onde a Bienal ocorreu as tornam invisíveis por práticas como essa, transformando a ação em “Bienal (de) Fora da Bienal”. A invisibilidade também se constitui na sutileza de eventos que não são inclusivos, onde eles fazem presença no território, mas não possibilitam o acesso das crianças ao negar a possibilidade de transporte para a locomoção delas até o Centro de Eventos, que sediou o evento. Perpetuando, assim, uma relação de invisibilidade dessas infâncias. Agradecimento a CAPES pelo incentivo financeiro.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação