BIOFILMES DE TRICHOSPORON SPP. PRODUZEM CÉLULAS PERSISTENTES TOLERANTES À ANFOTERICINA B

Autores

  • Ana Luiza Ribeiro Aguiar
  • Bruno Nascimento da Silva
  • Ane Teles Reis
  • Santiago Gonçalves Bezerra Moura
  • Nicole de Mello Fiallos
  • Rossana de Aguiar Cordeiro

Resumo

Trichosporon é um gênero fúngico emergente que, nos últimos anos, tem se destacado como agentes de infecções sistêmicas em pacientes com doenças hematológicas malignas. Estudos recentes buscam desvendar seus mecanismos de resistência a fim de elaborar novas estratégias de tratamento. Nesse contexto, a presença de células persistentes surge como um possível mecanismo adaptativo para driblar a ação dos fármacos, podendo agravar as infecções e dificultar o tratamento. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, in vitro, a sensibilidade planctônica de células persistentes de Trichosporon spp. frente à anfotericina B (AMB). Para obtenção das células persistentes, biofilmes de cepas clínicas de Trichosporon spp. (n=10) foram formados em meio RPMI e incubados a 35°C por 48 horas. Passado esse tempo, lavou-se duas vezes com PBS + tween 20, adicionou-se AMB (100µg/ml) e incubou-se a 35°C. Após 24horas, lavou-se duas vezes, com posterior adição de salina e raspagem dos poços. O conteúdo de cada poço foi transferido para microtubos, centrifugado a 10.000 rpm por 10 minutos; em seguida o sobrenadante foi descartado e as células persistentes ressuspendidas em solução salina. Posteriormente, avaliou-se a sensibilidade planctônica à AMB (0,25 a 128 µg/ml). Para todas as cepas, fez-se o controle de crescimento livre de droga e teste de sensibilidade com células planctônicas não persistentes. Os resultados mostraram que 50% das células persistentes apresentaram concentração inibitória mínima (CIM) 128 vezes maior do que a CIM das suas referentes células planctônicas; 30% obtiveram CIM 64 vezes maior e 20% revelaram CIM 256 vezes maior em comparação com a CIM planctônica. Portanto, células sésseis de Trichosporon pré-expostas a concentrações elevadas de AMB conseguem sobreviver, tornando-se células persistentes, e, mesmo em sua forma planctônica, manifestam mecanismos de resistência à AMB, podendo dificultar o tratamento das tricosporonoses sistêmicas. Agradecimentos: FUNCAP

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação