CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E MICROBIANAS DE OTITES RECORRENTES EM CÃES

Autores

  • Rodrigo Fonseca de Medeiros Guedes
  • Bruno Rocha Amando
  • Carliane Melo Alves Melgarejo
  • Débora Damásio Queiroz Paiva
  • Gláucia Morgana de Melo Guedes
  • Debora Castelo Branco de Souza Collares Maia

Resumo

A otite externa canina é definida como uma inflamação do canal auditivo e pavilhão auricular, de etiologia multifatorial, relacionada a fatores primários, incluindo a hipersensibilidade alimentar e dermatite atópica e associada a infecções oportunistas secundárias por bactérias Gram-positivas dos gêneros Staphylococcus spp e Streptococcus spp e Gram-negativas como Pseudomonas aeruginosa e Proteus. O tratamento de otite é desafiador, quando analisada a patogenicidade dos agentes, decorrente da formação de biofilmes, dificultando a erradicação destes microrganismos do tecido infectado. O objetivo deste trabalho foi descrever as características clínicas e de identificação bacteriana em otites recorrentes em cães. Foram incluídos 15 cães com histórico de otite recorrente (com 2 ou mais tratamentos), oriundos do atendimento em clínicas particulares na cidade de Fortaleza, Ceará. Os animais foram avaliados e examinados quanto à presença de biofilme e causa primária. Foi coletado material de secreção otológica de cada conduto auditivo, com o auxílio de swab estéril. As amostras foram analisadas por meio de citologia (coloração por panótipo rápido) e transportadas ao Laboratório de Bacteriologia do PPGMM, sendo inoculado em ágar sangue e ágar MacConkey, e as placas incubadas a 37ºC, por 24-48 h. As colônias foram identificadas, quanto a sua morfologia, em cocos, bastonetes, Gram positivas e negativas, através da coloração de Gram. Os dados foram expressos em porcentagem. Dentre os resultados, 100% (15) dos animais apresentaram como causa primária quadros de alergia alimentar e/ou dermatite atópica, 80% (12) havia formação de biofilme, observado na citologia e exame físico, e 100% (15) obtiveram isolamento de cocos Gram-positivos e 60% (9) associados a bacilos Gram-negativos não fermentadores de lactose. Portanto, é importante aprofundar os estudos sobre a identificação clínica e caracterização dos agentes bacterianos causadores de otite para a eficácia do tratamento.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação