COMBATE AO RACISMO RECREATIVO NO AMBIENTE ESCOLAR – UMA PRÁTICA DOCENTE CONTRA BRINCADEIRAS E PIADAS RACISTAS.

Autores

  • ElissÂnia da Silva Oliveira
  • Ana Paula Rodrigues de Andrade
  • Thiago Lima Ribeiro
  • Danyelle Nilin Goncalves

Resumo

O presente trabalho apresenta uma prática docente orientada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais. Trata-se da realização de uma série de questionários sobre racismo, discriminação e preconceito aplicados com estudantes das turmas de 1º ano da Escola de Ensino Médio Santo Amaro, situada no Bom Jardim, Fortaleza/Ceará. Essa prática foi construída em duas vertentes: 1) aplicação do questionário com uma turma específica; 2) replicação dos questionários pelos estudantes com os outros estudantes. O intuito dessa prática foi refletir sobre a permanência do racismo na escola por meio de piadas e brincadeiras, que são reproduzidas pelos estudantes e que naturaliza um lugar de subalternidade da população negra, de modo a fazer os estudantes entenderem que o racismo recreativo é uma forma de dominação que objetiva mascarar as hostilidades raciais ao mesmo tempo que emprega imagens que comprometem a reputação das pessoas negras e que atacam os estudantes negros em função do seu pertencimento a uma minoria. Esse texto também traça uma trajetória sobre o racismo à brasileira que se prolifera na escola, bem como tentar apontar os caminhos para uma educação antirracista questionando o processo chamado democracia racial, que distancia a educação de um verdadeiro debate e combate ao racismo estrutural. Tomamos como base teórica os autores: Adilson Moreira (2019) no que se refere ao conceito de racismo recreativo, Silvio Almeida (2018) no que se refere a racismo estrutural, Kabengele Munanga (1999) para a discussão sobre mestiçagem, Abdias Nascimento sobre o conceito democracia racial (2016), Nilma Lino Gomes (2003) para a reflexão sobre cultura negra, currículo e educação e Bourdieu (2001) no que se refere aos conceitos de dominação e excluídos do interior.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação