“CONSCIÊNCIA E COMPROMISSO DE CLASSE”: JUVENTUDE DO MEIO POPULAR UM NOVO JEITO DE SER IGREJA.

Resumo

No final dos anos 1970, já em meio ao processo de abertura política, vários movimentos de caráter popular, e contrários ao regime ditatorial, começaram a se rearticular e pensar novas formas contestação ao autoritarismo imposto com o golpe civil militar de 1964, e de luta por direitos sociais. Dentre essas movimentações, muitos jovens remanescentes das juventudes católicas da Ação Católica Brasileira, braço leigo da Igreja Católica instituído no Brasil em 1935, extintos pouco tempo depois do golpe, vão se reorganizar e, da mesma forma que os demais movimentos sociais do período, vão refletir e desenvolver novos modos e estratégias de luta e resistência à ditadura. Assim, em 1978, ocorre o 1º Encontro de Animadores dos Jovens do Meio Popular do grande Recife, em Pernambuco, tendo como referência a “opção pelos pobres” vinda dos debates do Concílio do Vaticano II (1962-1965), a Teologia da Libertação, as experiências das Comunidades Eclesiais de Base e das próprias Juventudes da ACB, nasce a Pastoral de Juventude do Meio Popular (PJMP). A PJMP se identifica como uma pastoral jovem e popular, pertencente as classes exploradas, promotora de uma práxis libertadora, na união entre fé e vida, para a construção de uma nova sociedade brasileira. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo principal refletir acerca da formação de uma nova perspectiva de resistência e luta para os movimentos de jovens, dentro de um corte de classe social, ligados à Igreja Católica brasileira. A ideia é refletir esse devir-revolucionário, como pensado por Gilles Deleuze e Félix Guattari (1994), que entendemos como sendo novas formas de conceber outros modos de luta, outros modos de fazer política dentro da Igreja Católica, por essa juventude do meio popular. Para isso, utilizamos como fontes alguns subsídios produzidos pela PJMP, como o livro “Do meio popular um canto jovem” (s/d), material que desenvolve as ideias e propostas de atuação, dentro do método VER-JULGAR-AGIR, defendidas pela PJMP.