CONTRA-COLONIALIDADE APLICADA À ANÁLISE ESTÉTICA DAS OBRAS DE JUH ALMEIDA

Resumo

Este resumo fala da pesquisa sobre o trabalho de Juh Almeida, nome artístico da realizadora audiovisual Juliana de Almeida Damasceno. Como metodologia deste trabalho é realizada uma análise estética de suas fotografias onde figuram corpos de mulheres negras; o estudo é feito a partir de uma epistemologia da ancestralidade, conceito estruturado por Eduardo Oliveira, e de uma cosmovisão de origem Iorubá, utilizando-se do conceito de Afrocentricidade pensado por Molefi K. Asante. A pesquisa inicialmente trata dos modos de comunicar da Pessoa Negra nas artes, desde os primeiros contatos do mundo europeu com o continente Africano até hoje, em circunstância pós-colonial. Objetiva-se, aí, entender como a Pessoa Negra tem expressado suas singularidades e como o epistemicídio promovido pela cultura colonial tem apagado e/ou subalternizado seus discursos. Finalizando, o atual resumo intenta apontar para uma nova produção de imagens pautada por táticas de fortalecimento da Pessoa Negra. Estas táticas são pensadas por diversos autores, dentre os quais situa-se Abdias Nascimento, criador do Teatro Experimental Negro e propositor d’O Quilombismo. Concluindo, esta pesquisa afirma que Juh Almeida exercita em sua fotografia o que é necessário para a criação de espaços de promoção de vida da Pessoa Negra, colocando em diálogo, nas suas obras, os conceitos aqui apresentados. Esta pesquisa é financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Este trabalho, assim como diversos outros, só é possível de ser realizado por conta desta instituição, que deve manter-se forte em seu papel de garantir a pluralidade do conhecimento científico, artístico e cultural do país.