CUIDADO E CONTÁGIO EM HIV/AIDS: DO ATIVISMO AO CLUBE DO CARIMBO.
Resumo
Entre os problemas epidemiológicos sociais relacionados ao vírus HIV, as possibilidades de contágio do vírus se tornaram uma questão central a partir da década de 80. Em relação a isso, várias medidas foram tomadas, várias formas de organização social se formaram com a função de esclarecer a população sobre os riscos e as possibilidades de contágio do vírus HIV. Assistimos a um crescente ativismo que pretende esclarecer a população uma série de elementos sobre o modo como o vírus HIV pode ser contraído e o modo como se pode controlá-lo, entretanto, diante disso encontramos uma série de acontecimentos que são exóticos em relação a todo um discurso que pretende a prevenção, a organização e a informação da sociedade em relação ao que se passa. Vemos aparecer práticas como as do clube do carimbo, anunciadas pela mídia como pessoas que transmitem o vírus HIV propositalmente a seus parceiros. Trata-se de práticas que aparentemente parecem romper com o fio condutor biopolítico intimamente relacionado entre a saúde e direitos humanos que constituem as novas formas de tratamento e prevenção referentes à HIV/AIDS. Aparentemente estamos diante de práticas dispares. Por um lado, parece que temos uma tentativa de controlar as possibilidades de contágio sobre o HIV. Do outro lado, entretanto, parece haver uma resistência a essas práticas, algo relacionado a uma vontade de contagiar/ser contagiado. O contágio deixaria de ser algo biopoliticamente protegido para ser a fonte do próprio prazer. Então, há toda uma hierarquia, uma organização dessas práticas que aparentemente fazem curto circuito e resistência ao discurso da saúde.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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