DOS ESPAÇOS FABRIS AO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL: REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO COMPLEXO MORAES S/A, EM PARNAÍBA, PIAUÍ.
Resumo
De que forma antigos espaços ligados ao trabalho e a produção industrial passam, no tempo presente, a ser vistos com valor de patrimônio? Este trabalho que está vinculado ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Patrimônio e Memória GEPPM/UFC/CNPq tem como objetivo problematizar o processo de mudança de estabelecimentos fabris, de um lugar de trabalho e produção, para um lugar em que a memória e o patrimônio passam a ser os seus principais agenciadores. Toma-se como objeto de estudos os remanescentes das Indústrias Moraes S/A, localizados na cidade de Parnaíba, Piauí. A partir de fontes diversas, como entrevistas de história oral, processos de inventário e tombamento, Leis, periódicos e fotografias, buscamos problematizar os novos usos e apropriações desse patrimônio. Apesar dos remanescentes das Indústrias Moraes terem sido tombados em 2008 pelo Iphan como parte do Conjunto Histórico e Paisagístico de Parnaíba, parte de sua estrutura, que ainda se encontrava parcialmente preservada à época do processo de inventário e tombamento, não mais existe. Como resultados parciais da pesquisa, identifica-se que além das dificuldades ainda existentes de identificação e reconhecimento dos vestígios associados a industrialização como bens culturais, há uma ausência de reconhecimento e valorização desses vestígios como um patrimônio importante para a memória coletiva de sujeitos, grupos e comunidades que vivenciaram as transformações culturais promovidas pelos processos industriais. O patrimônio industrial ainda tem se configurado, no tempo presente, como um patrimônio dissonante, pois, se por um lado, às memórias relacionadas a esses espaços nem sempre revelam uma relação positiva com o passado do trabalho, por outro, também não há políticas de valorização desse passado que os compreenda como parte de práticas sociais, de modos de viver, saberes e fazeres. Agradecemos a CAPES por viabilizar essa pesquisa.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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