EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA EM ZIZEK

Autores

  • Debora Klippel Fofano
  • Hildemar Luiz Rech

Resumo

O filosofo esloveno S. Zizek articula perspectivas filosóficas da tradição para tensionar o problema da Ideologia na contemporaneidade. Marx, Althusser e Lacan são requisitados para dialetizar o movimento do em-si, para si, em si e para si da ideologia. A ideologia incide na sociedade, e por isso também na educação, de forma a fortalecer um processo de dissubjetivação que usa de dispositivos e aparelhos na implementação da própria ideologia. A sofisticação desse processo que é extremamente violento em nível simbólico, leva Žižek a pensar a ideologia como uma fantasia que é condição do modo de ver e agir no mundo, permeando a totalidade da vida e relações sociais, sem, entretanto, haver algo ou uma realidade a ser revelada. Esse novo conceito de ideologia pensado por Žižek ressignificado a partir de Lacan, não apela para a necessidade de um discurso doutrinário como a ideologia em-si (Ideologia Alemã de Marx) ou da exteriorização em aparelhos ou dispositivos como a ideologia para si (Aparelhos Ideológicos de Estado de Althusser). Mas apresenta a partir do seu caráter dialético, um discurso inconsciente que estrutura nossa percepção de mundo e se exterioriza no nosso modo de agir. A ficção simbólica ao tentar remediar o seu próprio fracasso em lidar com algum antagonismo social fundamental, retorna na forma de aparições espectrais, isso é o que Lacan chamou de impasse simbólico. Esse ‘beco sem saída’ em que o sujeito se encontra no processo de simbolização é o exato espaço da ideologia que Žižek encontra na teoria lacaniana. Sendo assim, pretendemos nesse trabalho, apresentar as categorias dessa discussão, baseado nos autores citados.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação