EDUCAÇÃO, IMAGEM E DESVIO: UM OLHAR BENJAMINIANO
Resumo
A ideia de desvio permeia toda a filosofia de Walter Benjamin. Seu método foge de uma ótica filosófica sistemática, que se baseia na coerência sucessiva de causas. A descontinuidade é a ferramenta benjaminiana de investigação do real, ela se expressa pelo olhar do eterno retorno, que caminha para muitos lados, tentando novas significações, sem estar preso a sequenciamentos. O pensamento alegórico benjaminiano nos leva a refletir sobre a imagem e sua força na cultura atual. A fotografia inaugurou uma nova etapa para a civilização humana. A maneira fragmentada e descontínua como o homem contemporâneo compreende o mundo e a si através do imagético, define o modo de ser contemporâneo. Isso significa que há um caráter destrutivo e criativo na decadência da cultura e não há transformação possível se não partirmos dessa mesma decadência, abraçando sua possibilidade politicamente renovadora. No entanto, todas as potencialidades de desvio que a era das imagens pode proporcionar, são tolhidos e sufocados pelo sistema vigente, onde a reprodutibilidade foi captada pelos interesses do capital. O caráter pedagógico libertário na filosofia benjaminiana nos traz a possibilidade de pensar, dentro da era de imagens, na formação de um novo homem que não entenda o revolucionário apenas como discurso, mas como experiência. A compreensão fragmentária de educação em Benjamin não coaduna com esfacelamento da compreensão de mundo especializada que o capital exige das instituições de ensino, mas o fragmento como particularidade que incita o lado criativo, a construção do novo, como acontece no ato de brincar. Por isso é preciso considerar a possibilidade de trazer os aparelhos reprodutores de imagem para a ação pedagógica. A educação hoje precisa manipulá-los entendendo suas potencialidades residuais, tirá-los dos escombros da cultura e brincar com eles, ressignifica-los.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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