EFEITO ANTIFÚNGICO DE UM INIBIDOR DE TRIPSINA DE SALVIA HISPANICA L. E AVALIAÇÃO DE SUA CITOTOXICIDADE EM FIBROBLASTOS MURINOS
Resumo
Salvia hispanica L. (chia) tem sido amplamente utilizada como alimento em função do seu alto valor nutricional e benefícios à saúde humana. Dentre as proteínas presentes nas sementes dessa espécie, o nosso grupo isolou um inibidor de protease denominado de ShTI (10,1 kDa), cujos efeitos contra bactérias de interesse clínico já foram reportados. O objetivo deste estudo foi expandir o potencial antimicrobiano de ShTI por meio da investigação de seus efeitos antifúngicos e da avaliação de sua toxicidade in vitro em fibroblastos murinos. Para a determinação do efeito antifúngico, foi realizado o ensaio de microdiluição em caldo a partir de um cultivo de 24 horas de diferentes cepas de Candida spp.. Para investigar um possível efeito sinérgico de ShTI com o antifúngico fluconazol foi realizado o teste de microdiluição em caldo, no qual foi realizada a incubação das ShTI (47,5 – 2,96 µg/mL) e fluconazol (16,0 – 1,0 µg/mL) com as cepas de Candida spp.. A toxicidade de ShTI foi avaliada no ensaio de viabilidade celular frente a cultura de fibroblastos L929, incubadas com ShTI (0,78 µg/mL- 200 µg/mL). Os resultados mostraram que ShTI foi capaz de inibir o crescimento de seis cepas testadas: (2) Candida albicans, (2) Candida parapsilosis, (2) Candida tropicalis com a MIC determinada de 47,5 µg/mL para todas as cepas e foi também capaz de inibir o crescimento das cepas C. parapsilosis ATCC® 22019 (MIC 23,75 µg/mL) e C. krusei ATCC® 6258 (MIC 47,5 µg/mL). ShTI exibiu sinergismo contra cepa resistente de C. albicans 105 com MIC de 11,87 µg/mL (ShTI) e 4 µg/mL (fluconazol). Além disso, ShTI não exibiu efeito citotóxico contra fibroblastos nas concentrações testadas. Os resultados mostram que ShTI é uma proteína com potente efeito antimicrobiano contra as diferentes cepas de Candida spp. e não apresentou toxicidade contra células humanas, sendo portanto, um candidato promissor para o desenvolvimento de novos antimicrobianos de uso clínico.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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