EFEITO BENÉFICO DA UTILIZAÇÃO DA CONTAGEM DE CARBOIDRATOS NO CRESCIMENTO ESTATURAL DE PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 1: DADOS DO MAIOR ESTUDO MULTICÊNTRICO BRASILEIRO SOBRE DIABETES MELLITUS TIPO 1

Autores

  • Luana Matos de Souza
  • Natasha Vasconcelos Albuquerque
  • Larissa Luna Queiroz
  • Renan Magalhães Montenegro Junior
  • Virginia Oliveira Fernandes

Resumo

O inadequado controle glicêmico de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) pode interferir no crescimento. Dessa forma, o objetivo foi verificar o impacto da contagem de carboidratos na estatura de pacientes com DM1. Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE: 2.521.547), com os participantes do BrazDiab1, no período de 2008 a 2010. Foram selecionados participantes com idade <19 anos. Os pacientes foram categorizados em dois grupos, segundo o uso ou não de contagem. Para análise da estatura os dados foram transformados em Z escore altura/idade (Z A/I). Indivíduos com Z A/I <0 foram considerados como abaixo da média em relação à população geral. O controle glicêmico foi considerado adequado com a HbA1c <7,5%. A regressão logística múltipla foi realizada para estimativa do odds ratios (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%), tendo como variável dependente o Z escore de estatura <0, enquanto que a variável independente de interesse foi tipo de dieta (contagem de carboidratos sim ou não). Foram selecionados 1.441 participantes, sendo 56% (807) do sexo feminino, idade média de 12,1 ±4,0 anos e duração da doença de 5,0 ±3,7 anos. Apenas 34,6% (499) dos participantes realizavam a técnica de contagem de carboidratos. A média do Z A/I foi de 0,15 ±1,21 naqueles que faziam contagem de carboidratos e de 0,02 ±1,29 nos que não faziam (p= 0,39). Em relação ao controle glicêmico, aqueles que realizavam a contagem em relação aos que não realizavam, apresentavam significativamente menores valores de HbA1c (9,1 ±2,3 vs 9,5 ±2,6, p= 0,00). Além disso, observou-se uma associação benéfica entre a contagem e o Z A/I, quando a variável dependente foi o Z escore de estatura <0, verificou-se que os indivíduos que realizavam a técnica, obtiveram um fator de proteção de 0,77 (IC 95%: 0,60-0,97) em relação aos outros participantes. Os pacientes que realizavam contagem de carboidratos apresentaram melhor controle glicêmico e menores chances de Z A/I <0.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação