EFEITOS DA HIDRALAZINA SOBRE CANDIDA SPP. EVIDENCIADOS POR ANÁLISE PROTEÔMICA E SUA ATIVIDADE SOBRE BIOFILMES

Autores

  • Francisca Bruna Stefany Aires do Nascimento
  • Fátima Daiana Dias Barroso
  • Lisandra Juvêncio da Silva
  • Vitória Pessoa de Farias Cabral
  • Lívia Gurgel do Amaral Valente Sá
  • Helio Vitoriano Nobre Junior

Resumo

Atualmente as infecções fúngicas continuam sendo as responsáveis por elevadas taxas de morbidade e mortalidade, ao qual Candida spp. é o quarto patógeno mais isolado em infecções sanguíneas acometendo principalmente pacientes imunocomprometidos. O reposicionamento de fármacos torna-se uma alternativa eficaz tendo em vista o limitado arsenal farmacológico antifúngico. Nesse sentido, a hidralazina, um anti-hipertensivo vasodilatador ao qual tem sido estudado por sua atividade antitumoral, é um potencial candidato para investigação. O presente estudo tem como finalidade avaliar a atividade da hidralazina isolada e em associação ao fluconazol em isolados clínicos de Candida albicans, C. tropicalis e C. parapsilosis resistentes ao fluconazol, e análise do mecanismo de morte celular. Pela técnica da microdiluição em caldo, a concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada, segundo o protocolo do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), documento M27-A3, ao qual, posteriormente, realizou-se a avaliação do sinergismo pelo método do checkerboard. A interpretação do resultado foi de acordo com Odds (2003) onde: sinergismo (FICI ≤ 0,5), antagonismo (FICI > 4,0) e indiferente (FICI > 0,5 – 4,0). O mecanismo de morte celular foi investigado através da técnica de citometria de fluxo. A hidralazina apresentou atividade antifúngica isolada, onde sua CIM variou de 16 a 128 µg/mL, ao qual apresentou valores de CIM próximos aos encontrados pelo teste de sensibilidade ao fluconazol. Em relação ao efeito da hidralazina associada ao fluconazol, para a maioria das cepas em estudo a associação demonstrou-se indiferente. E, quanto a avaliação de morte celular, observou-se redução da viabilidade celular, aumento da despolarização mitocondrial, produção de EROS, externalização da fosfatidilserina e danos ao DNA. Em conclusão, a hidralazina mostrou potencial efeito antifúngico frente as cepas de Candida spp. testadas. Agradecimentos: CAPES/CNPq.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação