EMPREENDEDORISMO, PRECARIZAÇÃO E COMIDA DE RUA: A TRAJETÓRIA LABORAL DE TRABALHADORES DE FOOD TRUCK

Autores

  • Eveline Nogueira Pinheiro de Oliveira
  • Cassio Adriano Braz de Aquino

Resumo

Este é um projeto de tese a ser apresentado no Doutorado em Psicologia do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFC, que discute o mundo do trabalho contemporâneo frente a novos tipos de trabalhos alternativos. No cenário brasileiro, a informalidade e o empreendedorismo se destacam de forma importante, sendo marcas do modo de organização laboral. O trabalho aqui se constrói em duas etapas e é fruto de um percurso de pesquisa preambular que busca compreender alguns dos movimentos mais recentes do capitalismo: a precarização laboral, o empreendedorismo, a flexibilização e a incorporação da informalidade nos novos modos de vida no trabalho. Em um estudo de inspiração longitudinal, pretende-se resgatar entrevistas já realizadas com trabalhadores de trailers e food trucks no ano de 2017, que foram arquivadas durante o percurso de investigação do mestrado. Nessa primeira etapa, o objetivo é analisar as falas desses trabalhadores naquele momento histórico. Considerando a velocidade e a intensidade com que o trabalho tem se transformado, nosso questionamento hoje é sobre como estaria organizada a vida laboral daqueles mesmos trabalhadores de 3 anos atrás. Daí o intuito, em uma segunda etapa, de realizar o que chamamos de uma entrevista auto referenciada: o objetivo é ir em busca novamente desses sujeitos e rememorar a entrevista realizada anteriormente para a compreensão das trajetórias laborais nesse intervalo temporal, considerando as transformações no contexto econômico-social-político e aquelas da sua própria atividade. Essa análise nos serve para a compreensão de um movimento mais amplo na história de vida desses trabalhadores: o que poderíamos chamar de movimento empreendedor. O que nos parece compreensível é que foram criadas condições para uma ampliação da referência ao empreendedorismo como política de enfrentamento a um Estado frágil na condução da relação capital-trabalho e como mecanismo de difusão do individualismo difundido na esfera laboral.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação