ENCONTRO POPULAR DE FORRÓ “ARROCHA O NÓ”: BUSCANDO ALTERNATIVAS PERIFÉRICAS FRENTE À INDÚSTRIA CULTURAL EM FORTALEZA.

Autores

  • Raoni Cunha AragÃo de Albuquerque
  • Eduardo Ferreira Chagas

Resumo

O presente trabalho buscou iniciativas periféricas da cultura do forró do município de Fortaleza numa observação-participante durante a segunda edição do evento “arrocha o nó”, iniciativa organizada por professores de dança de salão e músicos locais com especialidades em forró e seus subgêneros. O objetivo central da pesquisa, por meio de um diário de campo e entrevistas orais, foi perceber se o evento se configuraria numa manifestação artístico-popular que fosse contraponto ou colaboradora à hegemônica indústria cultural do forró que atinge também a cidade. Entre os dias 16, 17 e 18 de agosto de 2019, no bairro Barra do Ceará, fora realizado o evento no espaço comercial “Açaí na taipa”. Inicia-se com uma festa de abertura, seguida de workshops temáticos divididos em três eixos: ensino dos timbres e das frases rítmicas, ao vivo, que o zabumba, triângulo e sanfona emitem caracterizando o forró e seus subgêneros; casais-professores ensinaram passos básicos e intermediários, de dança em dupla, de “forró estilizado”, “forró pé-de-serra”, xote, xaxado, baião e gafieira; e por fim um eixo que expôs o subgênero “côco do Iguape”. A pesquisa concluiu que a escolha do local numa periferia de Fortaleza, fora de um ambiente acadêmico, numa rústica arquitetura que o local “Açaí na taipa” oferecia (pois unia a antiga e pobre tecnologia de “taipa/pau-a-pique” expressa em suas paredes à moda comercial de usufruir o fruto amazônico açaí), com aulas dos timbres, das frases rítmicas percussivas e dos passos de danças característicos do modo de viver o forró e seus subgêneros, bem como a exposição parafolclórica do subgênero “côco do Iguape” como indícios contra-hegemônicos, popular e de classe subalterna de produzir cultura alternativa frente à indústria cultural capitalista do forró no município. Um indício colaborativo foram letras de músicas tocadas ao longo das aulas de dança em dupla. Tal pesquisa é grata à CAPES por ser fruto de seu financiamento.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação