ENTRE VIENA, FRIBURGO E CHICAGO: A NOVA PSICOLOGIA
Resumo
Este resumo se refere a uma pesquisa ainda em andamento. Michel Foucault, em "Nascimento da Biopolítica" (2008), afirma que, no entender de alguns teóricos neoliberais, a Psicologia não seria, rigorosamente falando, a verdadeira ciência do comportamento humano, mas sim a Economia. Este último campo de saber, aliás, teria assistido ao longo do século XX a um significante alargamento político-epistemológico em seu âmbito: à Economia não mais interessaria meramente o homem das trocas, mas o homem empreendedor, empresário de si mesmo, um homem performático. A Economia, mormente a partir da Escola Austríaca – com expoentes como Carl Menger, Ludwig von Mises e Friedrich Hayek – tem adotado um contínuo e forte interesse acerca da atividade ou conduta humana. Há, em paralelo, a Escola Econômica de Friburgo, com um pensamento inclinado na mesma direção, que ficou conhecido como ordoliberalismo, o qual, para os fins almejados por essa pesquisa, pode ser concebido como um protoneoliberalismo. Em função do exílio judeu provocado pelo nazismo, nomes como Mises e Hayek migram para os EUA. É este exílio, grosso modo, que dá condições de possibilidade para a constituição daquilo que contemporaneamente chamamos neoliberalismo da Escola de Chicago. Tao orientação, além de perfazer uma doutrina econômica e uma normatividade, um ethos (DARDOT/LAVAL, 2016), constitui também uma nova forma de inteligibilidade das condutas humanas, identificando suas leis de regularidade e de frequência, a fim de implantar com mais eficiência seu sistema de governamentalidade. Esta pesquisa, uma genealogia foucaultiana, busca acercar-se, num primeiro momento, das principais obras de Mises e Hayek para, num segundo,aproximar-se das teorias do Capital Humano e da Economia Comportamental, duas das mais representativas expressões do supracitado alargamento político-epistemológico do campo da economia em nosso presente.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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