EPOS EM CENA: NARRATIVA BÉLICA E PERFOMANCE EM OS PERSAS

Autores

  • Edilane VitÓrio Cardoso
  • Orlando Luiz de Araujo

Resumo

Neste estudo propomos uma análise da tragédia Os Persas, representada em 472 a. C. É a mais antiga das peças de Ésquilo (525? – 456? a. C), gira em torno de um conflito bélico e coloca em cena o arranjo das ações e seus eventuais desdobramentos sob o signo da guerra. Nela, coexistem fatos históricos e noções do pensamento mítico; o tema e as personagens são reais, pois fazem parte da história recente da Grécia, a qual diz respeito à invasão da Ática pelos persas e à inesperada vitória dos gregos na batalha de Salamina, em 480 a. C, um dos grandes conflitos associados às guerras médicas (490-479 a. C). Desse modo, os recentes fatos históricos e políticos envolvendo Grécia e Ásia são incorporados ao imaginário e às noções míticas que constituem o assunto para o texto dramático esquiliano. Assim, em Os Persas, mito e história servem de base para a representação das ações no palco. Considerando que os eventos históricos são retratados e narrados segundo uma perspectiva herdada da epopeia e a ela se referem como um ponto de partida inevitável, o estudo pretendido analisa de que modo categorias narrativas são evocadas e exploradas no drama esquiliano, de como – estando vinculadas à épica –, estas categorias relacionam-se à performance e à oralidade no texto trágico, na dinâmica das ações no palco. A pesquisa é de cunho bibliográfico e, com vistas ao debate proposto, nos respaldamos nas contribuições teóricas de Lesky (2003), Aristóteles (1987), Brandão (2010), Torrano (2009), Standford (1983), Kitto (1990).

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação