ÉROS, LÓGOS E FILOSOFIA NO BANQUETE DE PLATÃO

Autores

  • JÉssyca AragÃo de Freitas
  • Hugo Filgueiras de Araujo

Resumo

Ao longo do Banquete, Platão desenvolve uma concepção antropológica que proclama o desejo como uma força primordial ou uma dýnamis originária integrante da natureza humana, na qual éros é apresentado como o impulso responsável pela promoção do lógos e, portanto, pelo desenvolvimento da atividade filosófica. A presente pesquisa pretende abordar a relação existente entre éros, lógos e filosofia,  com o objetivo de demonstrar que há, em Platão, uma profunda ligação entre esfera discursiva e esfera desiderativa da vida humana. Durante o discurso de Sócrates e Diotima, o lógos platônico é constantemente estimulado por meio da atividade erótica, através da qual o exercício discursivo adquire a inspiração necessária para se desenvolver. Podemos verificar, em diversas etapas da scala amoris de Diotima, que o impulso erótico constantemente encontra uma expressão verbal no âmbito da linguagem, gerando os mais variados tipos de discursos. No Banquete, longe de propagar um racionalismo frio que conceba o erotismo como um obstáculo para a atividade racional, o lógos platônico se desenvolve através desse impulso erótico, encontrando nas relações amorosas o estímulo necessário para se mover em direção aos seus objetivos. A filosofia platônica é, pois, erótica por excelência – cuja figura paradigmática é Sócrates, que integra em si erotismo e filosofia, realizando uma união entre desejo e racionalidade.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação