FLORÍSTICA DE ENCRAVES DE CERRADO EM MEIO À CAATINGA NO NORTE DO CEARÁ

Autores

  • IzaÍra Vasconcelos Nepomuceno
  • Elnatan Bezerra de Souza
  • Daniela Cristina Zappi
  • Marcelo Freire Moro

Resumo

A vegetação savânica do cerrado ocupa grande parte do território do Brasil central, além de áreas disjuntas nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do país. Na região Nordeste, essas disjunções estão localizadas dentro do Domínio Fitogeográfico da Caatinga. Estas áreas ocorrem principalmente sobre a Chapada Diamantina, Chapada do Araripe, em pequenas porções ao sul do Ceará e ao longo dos tabuleiros costeiros cearenses. Os cerrados do Nordeste apresentam muitas espécies comuns ao Cerrado central, como Bowdichia virgilioides, Curatella americana, Byrsonima crassifolia, Hancornia speciosa, Hymenaea stigonocarpa, Salvertia convallariodora e Vatairea macrocarpa. Este estudo registrou a diversidade florísticas de quatro encraves de cerrado em meio à Caatinga no norte do estado do Ceará. Realizamos coletas florísticas periódicas, segundo as normas habituais da botânica, e registramos 247 espécies divididas em 162 gêneros e 55 famílias. Fabaceae (49 spp.), Rubiaceae (19 spp.), Convolvulaceae (17 spp.), Poaceae (11 spp.), Cyperaceae (10 spp.), Asteraceae (9 spp.), Lamiaceae (9 spp.) e Malvaceae (8 spp.) foram as famílias com maior número de espécies e assim compõem 53,44% da flora. Identificamos 76 espécies endêmicas do Brasil e dessas, seis são registradas apenas para a região Nordeste. Ervas (114 spp.) e subarbustos (27 spp.) representam 57,08% das espécies registradas, principalmente táxons das famílias Fabaceae (24 spp.), Rubiaceae (12 spp.), Poaceae (11 spp.) e Cyperaceae (10 spp.). As formas de vida dominantes na flora foram as terofíticas (104 spp.), fanerófitas (72 spp.) e hemicriptófitas (37 spp.). O registro de espécies tanto do Domínio do Cerrado quanto da Caatinga em tais áreas nos levou a concluir que a flora desses locais é uma mistura de espécies típicas de cada domínio que estão sob influência do clima mais árido da Caatinga.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação