GENOTOXICIDADE ASSOCIADA AO USO DE INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA

Autores

  • Pedro Aurio Maia Filho
  • Tarcisio Paulo de Almeida Filho
  • Jamilly Florêncio Pereira
  • Suzzy Maria Carvalho Dantas
  • Anna Thawanny Gadelha Moura
  • Romelia Pinheiro Goncalves Lemes

Resumo

A leucemia mieloide crônica é uma doença mieloproliferativa das células-tronco hematopoéticas, caracterizada pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph), originado a partir de uma translocação recíproca entre os braços longos dos cromossomos 9 e 22, formando o gene BCR-ABL, que codifica uma oncoproteína BCR-ABL com atividade tirosino-quinase constitutiva. Imatinibe, nilotinibe e dasatinibe são os ITK comercialmente disponíveis para o tratamento da leucemia mieloide crônica (LMC). Apesar do sucesso dos ITK, há relatos de ocorrência de doença secundária mesmo com a supressão do clone leucêmico, o que coloca em pauta a segurança do uso crônico desses agentes. Neste estudo foi avaliado o índice de dano (ID) no DNA em leucócitos de pacientes com LMC tratados com ITK de primeira e segunda geração. Trata-se de um estudo transversal com 44 pacientes com LMC em fase crônica atendidos em um hospital de referência em Fortaleza, Ceará-Brasil. Dos 44 pacientes, 32 estavam em uso de imatinibe (LMC G1), 8 em uso de nilotinibe ou dasatinibe (LMC G2) e 5 sem tratamento, ao diagnóstico (LMC D). Um grupo controle (GC) foi formado por 58 indivíduos declaradamente saudáveis. O ID no DNA foi determinado através do ensaio cometa. Pacientes com LMC apresentaram ID mais elevados em comparação ao GC. Foi verificado um aumento progressivo do ID no DNA nos grupos GC, LMC D, LMC G1 e LMC G2, respectivamente. Nossos resultados demonstram que os ITK são danosos ao material genético, mas os mecanismos envolvidos não estão elucidados, sendo necessários mais estudos que avaliem o impacto clínico que esse dano pode causar.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação