GÊNERO E VIOLÊNCIA URBANA: UMA DISCUSSÃO SOBRE MORTE DE MULHERES EM FORTALEZA

Autores

  • Ingrid Sampaio de Sousa
  • Larissa Ferreira Nunes
  • Clara Oliveira Barreto Cavalcante
  • Carla Jéssica de Araújo Gomes
  • Gabriella Celestino Lemos Furtado Gondim
  • Joao Paulo Pereira Barros

Resumo

Este trabalho toma por objeto os processos psicossociais relativos à problemática da morte de mulheres nas dinâmicas da violência urbana em Fortaleza. Propomos, então, diálogos entre a psicologia social, filosofias da diferença e perspectivas transfeministas, interseccionais e contra-coloniais; uma olhar transdisciplinar pode nos ajuda a situar melhor esses processos psicossociais na cidade. Fortaleza situa-se como uma das cidades mais violentas do Brasil, matando cada vez mais jovens. Especialmente, os últimos anos tem apontado para um cenário ainda não muito claro, no que diz respeito a mortes de jovens mulheres na cidade. Buscamos, então, cartografar processos psicossociais relativos à problemática da morte de mulheres nas dinâmicas da violência urbana, na cidade de Fortaleza, com intenção de perceber seus movimentos, a partir dos sentidos produzidos por mulheres integrantes de coletivos feministas e/ou organizações da sociedade civil que têm pautado o assunto na capital cearense. Utilizamos duas ferramentas metodológicas: observação participante e entrevistas semi-estruturadas. Nesse sentido, foi questão problematizar as dinâmicas da violência urbana, percebendo como ela tem afetado a vida de mulheres e, também, produzir com mulheres novas narrativas a respeito da temática. Foram cartografadas em campo, então, cinco linhas analisadoras, a saber: 1) a relação do fenômeno do assassinato de mulheres nas conflitualidades urbanas com uma rede de violências contra mulheres; 2) a seletividade dessa forma específica de vitimização, que não atinge todas as mulheres da mesma forma; 3) As transformações da violência criminal no Ceará e seus efeitos na vida de mulheres periféricas; 4) A brutalidade dos assassinatos de mulheres exibidos em vídeos que viralizam nas redes sociais e 5) A narrativa de criminalização das mulheres que morrem a partir da figura da "Envolvida". Agradeço a Capes pelo financiamento da pesquisa.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação