HALÓFITAS HERBÁCEAS SESUVIUM PORTULACASTRUM (AIZOACEAE) E BATIS MARITIMA (BATACEAE) FACILITAM O ESTABELECIMENTO E CRESCIMENTO DO MANGUE PRETO AVICENNIA SPP. EM UMA ÁREA DE MANGUEZAL EM RECUPERAÇÃO NA APA DO RIO PACOTI, CEARÁ, BRASIL

Autores

  • Carolina Bracho Villavicencio
  • Leticia Paulino
  • Maria Marina Freire de Oliveira
  • José Vitor Machado Rodrigues
  • Luis Ernesto Arruda Bezerra

Resumo

Em ecologia da restauração é pouco estudado o papel exercido por halófitas pioneiras na facilitação durante o ciclo de vida do mangue. Assim, esse trabalho se propõe a avaliar os padrões de densidade e crescimento de Avicennia spp. associados a presença das halófitas pioneiras B. marítima e S. portulacastrum como possíveis facilitadoras. Foram estabelecidas aleatoriamente 15 parcelas de 4 m2, sendo 5 parcelas em uma mancha para cada espécie de facilitadora e 5 em uma área controle adjacente, sem a presença das halófitas. Foram contabilizados indivíduos de Avicennia spp. em cada parcela mensalmente, de dez/2017 a dez/2019. Indivíduos foram etiquetados com lacres seriados para ser medidos mensalmente em cada parcela. Foram medidas a altura com fita métrica, do solo até a gema apical, e o diâmetro do caule foi medido com paquímetro a uma altura de 10 cm do solo em plantas com altura superior a 15 cm, desde fev/2019. A taxa de crescimento foi calculada subtraindo a altura final (Hf) da altura inicial (Hi) e dividindo pelo número de dias amostrados (d). Salinidade, temperatura foram medidos e amostras de sedimento coletadas para associá-los como parâmetros ambientais. A densidade de Avicennia spp. foi sempre maior na mancha de S. portulacastrum com 13,06 ± 4,57 ind/m2, seguido da B. maritima com 8,87 ± 3,59 ind/m2 e Controle com 4,84 ± 2,54 ind/m2, variando significativamente entre si (p<0,05). A taxa de crescimento foi sempre menor em S. portulacastrum com 3,56 ± 3,45 cm/mês, 4,89 ± 4,66 cm/mês no Controle e maior em B. maritima com 5,48 ± 3,98 cm/mês. Estes resultados descrevem uma relação inversamente proporcional entre densidade e crescimento de Avicennia spp. entre tratamentos. Assim, estas plantas pioneiras mudam as condições físicas do local, facilitando em diferentes aspectos a Avicennia spp., de modo que S. portulacastrum promove o seu estabelecimento e B. maritima promove o seu crescimento. Apoio: CAPES

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação