HANSENÍASE EM TERRITÓRIOS DAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO BRASIL: CONTEXTOS EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS DE CONTROLE

Autores

  • Anderson Fuentes Ferreira
  • Francesco Corona
  • Alberto Novaes Ramos Junior

Resumo

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica com elevada carga de morbimortalidade. Ao acometer nervos periféricos, gerando incapacidade física. Caracterizar os padrões epidemiológicos e operacionais de controle da hanseníase, incluindo distribuição espacial, aglomerados espaciais e tendência temporal nas regiões Norte e Nordeste. Estudo ecológico misto de base populacional com abordagem espaço-temporal, utilizando dados nacionais de morbimortalidade relativos à hanseníase. Foram utilizados como unidades de análise os 2.244 municípios, incluindo todos os casos novos residentes no período de 2001-2017. Os dados de mortalidade remetem-se aos óbitos em que a hanseníase foi mencionada como causa básica ou associada. Foram notificados 396.987 casos novos, 9,2% em menores de 15 anos e 5,5% com Grau de Incapacidade Física 2 (GIF2). A tendência temporal dos indicadores epidemiológicos foi de redução, porém o Nordeste apresentou incremento da tendência para GIF2. Todos os estados apresentaram tendência de redução da detecção geral e em menores de 15 anos, entretanto para ambas as regiões tiveram estados com manutenção para coeficientes de GIF2. Foram identificadas áreas de hiperendemicidade que se repetem ao longo do tempo nos estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Bahia e Rondônia. A análise integrada de indicadores operacionais pelo escore operacional IntegraHans indica manutenção da tendência geral, com redução do escore na região Nordeste. Foram identificados 4.907 óbitos. A tendência foi de aumento, com relevância na região Nordeste, indicando concentração em áreas de maior endemicidade. Incapacidades físicas, baixo desempenho dos serviços de saúde e os elementos de vulnerabilidade social são relevantes para a qualificação das ações de controle, sendo vital a melhorar sas condições socioeconômicas da população e reduzir a iniquidades. Em conjunto, podem vir a ser estratégias para o efetivo enfrentamento da endemia nos municípios do Norte e Nordeste. Bolsista CNPQ.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação