INIBIÇÃO DA BOMBA DE EFLUXO EM ESPÉCIES DO COMPLEXO FUSARIUM SOLANI POR PROMETAZINA

Autores

  • Fernando Victor Monteiro Portela
  • Lívia Maria Galdino Perreira
  • Bruno Nascimento da Silva
  • Santiago Gonçalves Bezerra Moura
  • Nicole de Mello Fiallos
  • Rossana de Aguiar Cordeiro

Resumo

Espécies do Complexo Fusarium solani (FSSC) são considerados os principais agentes fúngicos causadores de infecções oculares. Embora os mecanismos de resistência em FSSC não sejam totalmente conhecidos, estudos sugerem a existência de bombas de efluxo em algumas espécies de Fusarium. O presente estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência de atividade da bomba de efluxo em células planctônicas de FSSC tratadas com prometazina (PMZ) - um anti-histamínico H1 derivado das fenotiazinas, com conhecida atividade inibitória da bomba de efluxo. A atividade da bomba de efluxo foi analisada em duas cepas de FSSC oriundas de casos de ceratite humana. Após o cultivo em ágar cornmeal por 7 dias a 35ºC, uma suspensão de conídios (1x10⁸ célukas/mL) foi preparada em caldo YEPD e incubada a 35ºC por 5h. Os conídios foram lavados e ressuspensos em PBS. Em seguida, foi adicionado Rodamina 6G (R6G) e as células foram incubadas por 1h a 37ºC. As células foram lavadas e ressuspensas em 2% de glicose. O sobrenadante foi analisado em espectrofotômetro e a fluorescência foi quantificada por citometria de fluxo nos períodos de 0 e 30min. Os ensaios foram realizados em triplicata e uma cepa de Candida tropicalis, cuja atividade de efluxo já é relatada, foi incluída como controle. Para avaliar o efeito inibitório da PMZ sobre a bomba de efluxo, as células foram pré-incubadas com PMZ nas concentrações subinibitórias de 4 e 8 μg/mL por 1h contendo R6G. Foi evidenciada atividade de efluxo nas cepas de FSSC, com redução de fluorescência intracelular e aumento extracelular de R6G em até 61% e 168%, respectivamente. Como esperado, a cepa controle mostrou redução de fluorescência intracelular e aumento extracelular de R6G em 41% e 96%, respectivamente. Após as células de FSSC serem pré-incubadas com PMZ, não foi constatado o efluxo de R6G. O trabalho sugere a existência de bombas de efluxo em FSSC e abre perspectiva para esse alvo no controle de infecções por Fusarium sp. Agradecimento: CAPES

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação