LOKI DE LOUCO? UMA ANÁLISE DA LETRA “CÊ TÁ PENSANDO QUE SOU LOKI?” DE ARNALDO BAPTISTA

Autores

  • Brennon Kassio Bernardo Vieira
  • Jose Americo Bezerra Saraiva

Resumo

Fazendo parte de conjunto de LPs de alto teor estético que foram lançados na década de setenta, o Loki? pode ser encarado como legítimo produto das tendências daquela década, isto é, um disco que primou pela liberdade de gêneros rítmicos predefinidos, que prezou por uma sonoridade sem fronteira de qualquer espécie: rítmica, histórica, geográfica ou ideológica. Trata-se de uma constante marcando profundamente os conteúdos produzidos por uma comunidade: um lamento de separação, um anúncio e uma denúncia de situações, um retrato lírico e/ou mesmo uma estética do cotidiano (TATIT, 2004). Este artigo é um estudo preliminar sobre uma das canções que compõem o álbum Loki? (1974) de Arnaldo Baptista. Tem-se como objetivo geral fazer um exercício de análise da letra da canção “Cê tá pensando que eu sou Loki?”. Nosso propósito é, consoante Tatit (2001), reduzir a distância entre a teoria e a prática. Além disso, há também o objetivo de averiguar quais as relações presentes entre a canção estudada e as demais do referido disco. Apresentamos também uma reflexão sobre que tipo de significação que se forja para o termo “loki”, que nomeia o próprio LP. Com o apoio do aparato teórico-metodológico da Semiótica Discursiva, é possível mostrar que, de fato, a canção aponta para relações com outras do próprio álbum, assim como com “O A e o Z” dos Mutantes e “Cilibrinas do Éden”, banda homônima de Rita Lee. Mas não só isso, os resultados preliminares apontam que o termo “loki” não significa “louco”, como se pode pensar num primeiro momento, mas “otário”.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação