LÓGICA E TEORIA DOS MODELOS: UMA ANÁLISE DA CONSEQUÊNCIA LÓGICA MODELO-TEORÉTICA

Resumo

Um dos modos de aquisição de conhecimento por agentes racionais humanos é o raciocínio. Na base deste processo está, justamente, a consequência lógica. A compreensão dessa noção, contudo, estava vinculada a um entendimento intuitivo por parte de filósofos, lógicos e matemáticos – um entendimento ora tomado como validade, num sentido intuitivo comum, ora identificado com a noção de prova no contexto dedutivo matemático. Contudo, no século XX, foi dado ao conceito de consequência lógica um tratamento matematicamente rigoroso, fixado principalmente na caracterização inicial de Tarski (1936) e depois tornado padrão na teoria dos modelos. Esta caracterização modelo-teorética foi absorvida e tornada corrente principal na Lógica, como uma análise satisfatória da noção intuitiva de consequência lógica – formal, modal e aprioristicamente compreendida. Todavia, na década de 90, essa abordagem modelo-teorética foi drasticamente questionada por Etchemendy (1988, 1990). Assim, tal pesquisa é constituída pela relação entre sistemas formais e teoria dos modelos. Nessa medida, tal pesquisa faz uso de uma metodologia multidisciplinar na seguinte ordem: (i) faz uso de metodologia histórica e análise de texto, pois a pesquisa parte de uma análise dos textos canônicos que fundaram o campo de pesquisa da Lógica e da Teoria dos modelos; (ii) faz uso de uma metodologia teórica mista, pois, no que toca ao conteúdo, analisa os fundamentos propriamente formais – Lógica e Matemática – bem como filosóficos. Tendo isso em mente, esta pesquisa buscar investigar os fundamentos do tratamento modelo-teorético da consequência lógica bem como, por meio deste último, mapear possíveis respostas para a questão sobre a natureza e fundamentação da lógica através de seu caso central – a consequência lógica.