MORBIDADE HOSPITALAR POR LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS, 2014-2018

Autores

  • MauricÉlia da Silveira Lima
  • Anderson Fuentes Ferreira
  • Sheila Paloma de Sousa Brito
  • Isaac Mendes Donato
  • Alberto Novaes Ramos Junior

Resumo

Introdução: A leishmaniose visceral(LV) em crianças menores de 5 anos configura-se como importante problema de saúde pública no Brasil pelo elevado risco de morbidade, complicações clínicas e evolução para óbito.Objetivo: Caracterizar o perfil das internações hospitalares (IH) por LV no Brasil em crianças menores de 5 anos. Metodologia: Estudo transversal de base nacional, fundamentado no uso de dados secundários provenientes do Sistema de Informação Hospitalar (SIH). Foram incluídos todos os registros de internações hospitalares no Brasil, em que a LV (CID-10: B550) foi mencionada na Autorização de Internação Hospitalar (AIH) no período de 2014 a 2018. A análise incluiu magnitude, distribuição espacial por regiões do país, dados demográficos, custos hospitalares, tempo de internação e evolução para óbito. Resultados: Um total de 12.764 IH por LV foi registrado no Brasil. Desse total, 5.037 (39,5%) ocorreram em menores de 5 anos. Maior número de IH foi verificado nas regiões Nordeste (60,1% [3.025/5.037]) e Norte (19,9% [1.007/5.037]) e nos estados do Maranhão (18,5% [934/5.037]) e Minas Gerais (11,9% [602/5.037]). As características predominantes foram: sexo masculino (51,2% [2.579/5.037]) e faixa etária de 1-4 anos (78,7% [3.966/5.037]). O valor total das AIH no período foi de R$ 2.701.174,24; o valor dos serviços hospitalares foi de R$ 2.349.430,98 e o valor dos serviços profissionais foi de R$ 351.743,26. A média de permanência hospitalar foi de 13 dias.Foram registrados 134 óbitos, com maior ocorrência nos estados do Maranhão (58,2% [78/134]) e Roraima (23,1% [31/134]). Conclusão: A LV apresenta elevada carga de morbimortalidade em crianças menores de 5 anos de idade no Brasil, em particular em regiões endêmicas com maior vulnerabilidade social.Ressalta-se a necessidade de qualificar as ações de prevenção, controle, diagnóstico oportuno e tratamento adequado da doença nesta população, assim como o desenvolvimento de ações de desenvolvimento inclusivo.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação