MORTALIDADE POR ESQUISTOSSOMOSE MANSONI NO BRASIL: MAGNITUDE E PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO NA REGIÃO NORDESTE, 2001-2017

Autores

  • BÁrbara Morgana da Silva
  • Anderson Fuentes Ferreira
  • Nayla Rochele Nogueira de Andrade
  • Marta Cristhiany Cunha Pinheiro
  • Mauricelia da Silveira Lima
  • Alberto Novaes Ramos Junior

Resumo

Introdução: A esquistossomose é uma doença negligenciada com importante determinação social e ambiental, em particular pela pobreza e inadequação da cobertura do saneamento. Considerada a segunda infecção parasitária mais importante no mundo, é registrada em 54 países da África, Ásia e América do Sul, com mais de 200 milhões de pessoas infectadas, 779 milhões pessoas sob risco de infecção por Schistosoma mansoni e cerca de 200 mil mortes por ano. No Brasil, a esquistossomose é endêmica e com elevada carga de morbimortalidade. Objetivo: Caracterizar a magnitude e o perfil sociodemográfico dos óbitos por esquistossomose na região nordeste do Brasil, no período de 2001 a 2017. Método: Trata-se de um estudo ecológico de caráter descritivo, realizado a partir dos dados secundários oriundos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) segundo local de ocorrência. Esquistossomose foi identificada nas declarações de óbito como causas múltiplas (causas básicas e associadas) de óbito. Para a análise estatística descritiva o banco de dados foi convertido e importado para o programa estatístico Stata 11.2. Resultados: Foram registrados 8.003 óbitos na região nordeste, registrando-se média de 953 ao ano. 51,0% eram do sexo masculino, 61,5% de raça parda e 42,5% com escolaridade da 1º a 8º ano. A faixa etária mais frequente foi de 70 anos e mais (40,1%), com média de 64,3 anos. Em 71,8% dos óbitos a esquistossomose foi classificada como causa associada; o estado brasileiro com maior registro de óbitos foi Pernambuco (54,0%), seguido por Alagoas (18,7%). Conclusão: A mortalidade por esquistossomose segue como marcante problema de saúde pública, em particular em populações com maior vulnerabilidade individual e social no Nordeste. Ressalta-se a importância da análise de causas associadas de óbito para ampliar a sensibilidade da vigilância epidemiológica. Ressalta-se a importância de ações intersetoriais que promovam mudanças no âmbito social e ambiental, além do fortalecimento

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação