O CARÁTER FETICHISTA DA IMAGEM EM A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO DE GUY DEBORD

Autores

  • InÁcio JosÉ de AraÚjo Da Costa
  • Eduardo Ferreira Chagas

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o conceito de “imagem” na obra A Sociedade do Espetáculo (1967) de Guy Debord (1931 - 1994) e entender como esse conceito se encaixa na teoria crítica desse pensador francês sobre a sociedade capitalista moderna. Segundo Debord, a estrutura fetichista da economia mercantil atingiu seu mais alto grau de mistificação da vida cotidiana em meados do século XX. Nessa época, fenômenos como a produção abundante de mercadorias, o aumento exponencial do consumismo e o desenvolvimento de novas técnicas de publicidade e propaganda consolidaram o poder da economia em impor sua lógica de dominação subjetiva na vida social e psíquica dos indivíduos. Debord denominou esse estágio do desenvolvimento econômico como “espetáculo”, no qual a economia passou a determinar todos aspectos da vida das pessoas, impondo a elas um estado de passividade e permissividade diante do sistema econômico que dirige suas existências, isto é, tornando-as espectadoras. Para descrever o caráter fetichista dessa nova configuração socioeconômica, Debord recorre diversas vezes ao termo imagem, caracterizando o espetáculo como: “o capital em tal grau de acumulação que se torna imagem”; “uma relação social entre pessoas mediada por imagens”; “o mundo de imagens autonomizadas, que se destacaram de cada aspecto da vida”. Apoiando-se na leitura de A Sociedade do Espetáculo, os resultados parciais deste trabalho apontam que Debord utiliza o termo “imagem” para descrever a forma-fetiche adotada pelas mercadorias no capitalismo moderno e por meio da qual elas reproduzem a lógica da dominação subjetiva econômica em cada setor da vida cotidiana. Para Debord, as imagens trazem consigo ideais abstratos de felicidade, bem-estar e poder prometidos pelo sistema econômico vigente materializados em objetos e bens de consumo ou mesmo em celebridades, atores, políticos e vedetes.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação