O CIÚME E A CONJECTURA SOBRE A VIOLÊNCIA ENTRE PARCEIROS ÍNTIMOS

Autores

  • Liliane Cardoso Ribeiro
  • Glysa de Oliveira Meneses
  • Lucila Moraes Cardoso

Resumo

A violência entre parceiros íntimos (VPI) tornou-se responsabilidade da Saúde Pública a partir dos movimentos feministas, que incentivavam mulheres a denunciar a violência sofrida e sensibilizavam a sociedade quanto à violência doméstica. A VPI se concretiza por diferentes formas, principalmente, a física e a psicológica, e pode se relacionar com diversos fatores, como idade, escolaridade, gênero, autoestima e expressões afetivas, por exemplo, o ciúme. O ciúme romântico é definido como um sentimento de insegurança diante de uma terceira pessoa que possa ameaçar a relação amorosa. Pode ocasionar sentimentos de ansiedade, raiva, desconfiança e insegurança, podendo afetar a autoestima e levar a atitudes extremas, como a violência. A partir disso, buscou-se investigar a relação do ciúme romântico e do sexo (feminino e masculino). Participaram do estudo 564 pessoas, sendo 76,6% mulheres, 68,4% heterossexual e 50,9% afirmou estar namorando no momento. Utilizou-se a Escala de Ciúme Romântico e um questionário sociodemográfico. Os dados foram analisados por meio do software SPSS, versão 21. Empregaram-se estatísticas descritivas (medidas de tendência central e de dispersão) para caracterizar a amostra e teste t de Student. Os resultados mostraram que o sexo feminino tende a se sentir mais ameaçado a presença de terceiros quanto à relação, desencadeando no ciúme. Enquanto, o sexo masculino teve maiores pontuações no fator não-ameaça em relação ao ciúme romântico. Dentro da VPI, os homens, geralmente, sugerem o ciúme romântico como o fator motivador da violência contra o(a) parceiro(a). Porém, o que se encontrou é que diante do ciúme romântico são as mulheres que tendem a responder mais a esse tipo de ciúme, enquanto os homens tendem ao ciúme sexual. Reconhece-se como limitação do estudo a não seleção de casais com histórico de VPI e a não inclusão do ciúme patológico. Ademais, agradece-se a FUNCAP o apoio financeiro que permite a condução do estudo dessa temática.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação