O DISCURSO DO CAPITALISTA NO NEOLIBERALISMO: AS IMPLICAÇÕES PSICOSSOCIAIS DA CONTEMPORANEIDADE

Resumo

Diante das novas configurações político e econômicas, o modo de produção capitalista passa por mudanças. A sua proposta atual, a neoliberal, afirma uma relação entre sujeitos empreendedores de si sem a regulação do Estado. Ressalta o mercado como meio de socialização e subjetivação. Constitui uma racionalidade. Atua a partir do discurso do capitalista, uma formulação lacaniana. Trata-se de um dispositivo que localiza o sujeito em seu objeto primordial de satisfação, pela linguagem de quantificadores aos moldes do valor de troca. Esse discurso representa a tentativa de eliminar o sofrimento próprio do indivíduo, proveniente do convívio com a sociedade. Assim, a fim de compreender os presentes efeitos psicossociais do neoliberalismo, usar-se-á a categoria discurso do capitalista para responder até que ponto tal conceito explica e constitui o laço social neoliberal. Tendo em vista a discussão sobre a questão, elencou-se determinados objetivos de referência à pesquisa. Como objetivo geral, há a perspectiva de compreender as consequências psicossociais do neoliberalismo. Para isso, é necessário especificamente fazer uma pesquisa bibliográfica sobre a categoria “discurso do capitalista”, realizar um levantamento bibliográfico sobre o neoliberalismo e analisar criticamente os aspectos psicossociais do neoliberalismo: seus efeitos e afirmações. O resultado alcançado foi que a operação discursiva é falha, por não recuperar totalmente a satisfação primeira e mais potente do sujeito. Conclui-se que o neoliberalismo detém uma subjetivação, contudo seu efeito não é eficaz por completo. Ao mesmo tempo, o sujeito empreendedor de si está sendo constituído, pela racionalidade neoliberal. Desse modo, para a obtenção de resultados mais contundentes, entende-se a importância da se fazer uma pesquisa empírica posteriormente sobre o tema.