O (IN)CRÍVEL FRANCISCO SYLVINO: RACISMO, NACIONALISMO E FICÇÃO NA CAMPANHA PRÓ-PETRÓLEO (1933-1946)
Resumo
Durante os anos 1930/40, Monteiro Lobato, o então sobejamente conhecido "pai do Jeca", encetou uma campanha pró-petróleo no Brasil. O seu ideário era transmutar a nação em um estado soberano e rico, tal qual os Estados Unidos da América, através do ferro e do ouro negro. No entanto, já que os discursos oficiais, oriundos do Ministério da Agricultura, negavam a existência de óleo mineral em território nacional, restava-lhe a constituição de empresas privadas, quer dizer, assente na compra e venda de ações. Para conseguir aliados em sua causa, o escritor recorre a sua glória como escritor; redige textos no intuito de transformar o petróleo em interesse nacional. Nosso objetivo, nesta comunicação, visa entender as relações entre racismo, nacionalismo e ficção no intento lobatiano em três textos semelhantes elaborados em momentos diversos. Nos vestígios em estudo, Monteiro Lobato narrou a história (ou estória?) do sr. Francisco Sylvino, um "humilde negro" que desejou arranjar trinta ações da Cia. Petróleos do Brasil, de maneiras diferentes ou lhe conferindo um estatuto diferente - entre o fato e a ficção - dentro das tensões em torno do ouro negro ou da sua carreira literária. Com tais versões, tentaremos compreender de que maneiras as narrativas ficcionais imiscuíram-se nas controvérsias científicas historicamente situadas, movimentando sentimentos nacionalistas e distinções étnico-raciais.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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