O LAUDO COMO DISPOSITIVO DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO NA EDUCAÇÃO: UMA PRÁTICA A SER DESVENDADA
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo problematizar as práticas relacionadas ao uso do laudo na educação básica, sendo este um dispositivo de inclusão de alunos com Necessidades educativas especiais (NEE) no ensino regular. A inclusão vem sendo compreendida como um novo paradigma no caminho de uma educação para todos (MANTOAN, 2015, FIGUEIREDO, 2007). No entanto, as práticas têm condicionado a entrada ou permanência de crianças na escola à existência de um laudo. Se o discurso em defesa da inclusão defende o reconhecimento da diversidade, por que as práticas partem da diferença pela afirmação de um diagnóstico? Partindo dos estudos foucaultianos, tensiona-se desnaturalizar que se apresenta como parte do processo em direção à educação inclusiva e olhar para essas práticas com uma lente crítica. A inclusão constitui-se como uma estratégia biopolítica na medida em que se insere como um dispositivo de controle e segurança da população, com vistas a diminuir o risco social. (VEIGA-NETO; LOPES, 2007).O percurso a ser realizado compreenderá uma articulação entre a genealogia e a cartografia. Dentro da perspectiva maior de cartografar as práticas em inclusão escolar, realizaremos uma análise genealógica das condições de emergência dessas práticas Na genealogia busca-se pensar a gênese no sentido das contingências de determinadas práticas, buscando acessar que saberes e poderes estão em disputa na conjectura dessas contingências. Assim, serão analisados não só o discurso científico, como leis, decretos, documentos (de âmbito federal e regional) entre 2008 e 2019, bem como a materialidade do território escolar. O campo serão escolas da Rede Municipal de Fortaleza.Na cartografia não existe um plano a ser seguido, mas que vai sendo delineado a partir da inserção do pesquisador no campo. Mais do que a execução de técnicas, na cartografia se sobrepõem a atenção flutuante, a habitação do território, a participação em processos que serão construídos, inclusive em nós como pesquisadoras.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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