O SENTIMENTO DE DEPENDÊNCIA COMO FUNDAMENTO DAS RELIGIÕES NATURAIS EM LUDWIG FEUERBACH

Autores

  • Rosangela Fontenele do Nascimento Arcanjo
  • Eduardo Ferreira Chagas

Resumo

Com base no pensamento de Ludwig Feuerbach, a natureza mistificada surgiu com certeza na antiguidade, na ignorância do homem frente aos fenômenos naturais. A base para o surgimento e comportamento religioso que se manifesta no homem é dada pelas religiões naturais por meio do culto a elementos da natureza. Sob essa ótica, o problema para o tema em causa, poderia ser resumido com as seguintes questões a saber: a) Como se principia a crença em divindades e como se deu a sacralização da natureza nas religiões naturais? b) Como o sentimento de dependência tornou - se um fundamento dessas religiões? A partir dessa perspectiva, buscaremos uma melhor compreensão de como se iniciou o sentimento e o comportamento religioso no homem, esclarecendo esse surgimento nos elementos presentes nas religiões naturais, em suas práticas religiosas, bem como explicar o sentimento de dependência da natureza como fundamento da adoração religiosa, a partir do primeiro aspecto desse sentimento. Para embasamento do que será exposto, utilizar-se-ão eminentemente as seguintes obras de Feuerbach: A Essência da Religião (1846); Preleções sobre a essência da religião (1849). O autor nos mostra que as práticas religiosas tiveram início na relação homem e natureza, na qual essa se demonstra para aquele como a segurança e a hostilidade. Assim, os povos primitivos diante da incompreensão do mundo, sentem medo, insegurança e a necessidade de proteção tornando-se dependente dela, e, ao desenvolver sentimentos de dependência em relação à natureza, há uma contribuição para a origem das religiões. Deste modo, contasta-se um egoísmo que o homem exerce no sentido de preservação e conservação, buscando o bem para si e esse instinto de sobrevivência está de acordo com a natureza humana de apropriar-se do que lhe faz bem e evitar o que lhe faz mal, suprindo, dessa forma, seu egoísmo existencial.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação