OS ARRANJOS ECONÔMICOS PARA SOBREVIVÊNCIA EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DA BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE.

Autores

  • Maria da ConceiÇÃo Pinheiro De Almeida
  • Franck Pierre Gilbert Ribard

Resumo

As atuais comunidades quilombolas da Baixada Ocidental Maranhense, assim como de outras partes do Estado e também do Brasil, foram, em algum momento, submetidas à exploração da força de trabalho de seus integrantes por proprietários de terra ou empresas nas localidades em que habitavam e/ou habitam. Essa exploração iniciada com a escravidão ainda não foi totalmente abolida, persistindo seus resquícios nos dias atuais. Por outro lado, junto a esse estado de exploração caminhou também a resistência, a qual ainda se faz necessária nos dias atuais. E é nesse processo de resistência que essas comunidades quilombolas criaram arranjos econômicos necessários para garantir a sobrevivência diária, arranjos esses que, geralmente, caminham em direção oposta a interesses dominantes. As atividades econômicas desenvolvidas nessas giram em torno da agropecuária e do extrativismo, cuja forma e tempo de fazê-las seguem o ritmo do grupo. O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar esses arranjos em algumas comunidades quilombolas da Baixada Ocidental Maranhense estabelecendo um diálogo com a bibliografia que trata do tema, com os moradores das comunidades através de entrevistas e ainda fazendo a observação in loco das formas como ocorrem as relações de trabalho dentro dessas comunidades. Preliminarmente, foi possível observar a prevalência da atividade agrícola de produtos como o milho, hortaliças, verduras, além da mandioca, de onde é feita a farinha de puba, produzida em um volume razoável na região. Em algumas delas está sendo desenvolvida a horta coletiva desenvolvida e coordenada por jovens moradores da comunidade. Ao final percebeu-se que os grupos quilombolas estão trabalhando na perspectiva de gerir os recursos naturais disponíveis em suas comunidades assim como aqueles gerados via agricultura e pecuária em favor de seus membros e de forma mais independente, garantindo o sustento das famílias e evitando a evasão da mão de obra jovem.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação