OS TESOUROS VIVOS DO CEARÁ: PRÁTICAS, DISCURSOS E SENTIDOS (2003-2019)

Autores

  • Hildebrando Maciel Alves
  • Antonio Gilberto Ramos Nogueira

Resumo

Este trabalho busca investigar as práticas, os discursos e os sentidos atribuídos aos Tesouros Vivos do Ceará, outrora Mestres da Cultura do Ceará, na construção de um lugar para o Ceará na trajetória das políticas de patrimonialização do século XXI. Criado no ano de 2003, através da lei 13.351, esse programa se traduziu em um instrumento de registro e salvaguarda de pessoas detentoras de conhecimentos e técnicas de produção e preservação da cultura tradicional popular de comunidades estabelecidas no território cearense. (CEARÁ, 2003) Buscamos, nessa ordem, contribuir para a construção de uma história do patrimônio no Brasil. À luz dos escritos de Dominique Poulot, e sua percepção de que “a história do patrimônio é amplamente a história da maneira como uma sociedade constrói seu patrimônio” (POULOT, 2009, p.12), tomamos como pressuposto de que a noção de patrimônio, assim como popular e tradicional foram mobilizadas de forma a construir uma imagem para o Ceará como um estado que possui um lugar central no desenvolvimento das políticas de salvaguarda desenvolvidas no Brasil e orientadas por organismos internacionais, a exemplo da Organização das Nações das para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Aliado ao argumento acima destacado se construiu uma postura que não está restrita ao campo da institucionalidade. Os olhares dessa pesquisa estão voltados para os sujeitos, os projetos, os conflitos, as subjetividades, os imaginários que conformam as noções de patrimônio, cultura, popular, tradição, identidade nas duas primeiras décadas do século XXI. Dito isso, temos como foco os discursos, as práticas e os sentidos forjados no contexto de elaboração, execução e desenvolvimento do projeto desenvolvido pela Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT-CE), a partir de 2003.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação