PADRÕES CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DAS PNEUMONIAS POR BOCAVÍRUS HUMANO EM CRIANÇAS DE ATÉ CINCO ANOS DE IDADE ATENDIDAS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NA CIDADE DE FORTALEZA-CE

Autores

  • Felipe Serra Campelo
  • Fernanda Edna Araújo Moura
  • Rossana de Aguiar Cordeiro

Resumo

O bocavírus humano (BoVH) é um agente emergente de infecções respiratórias superiores e inferiores, acometendo principalmente crianças menores de cinco anos. Esse vírus é detectado em todos os continentes causando pneumonias em crianças, com prevalência variando de 9,9% a 23,1%. Sabe-se que as pneumonias constituem importante problema de saúde pública em países em desenvolvimento, representando a principal causa de hospitalizações e óbitos em crianças. O objetivo deste estudo é caracterizar os padrões clínico-epidemiológicos das pneumonias por BoVH em crianças de até cinco anos de idade atendidas em um hospital terciário pediátrico em Fortaleza. Para tanto, foram coletados amostras de aspirado de nasofaringe de 547 crianças com diagnóstico de pneumonia, atendidas entre entre janeiro de 2013 e dezembro de 2014. As amostras foram analisadas por PCR para detecção do BoVH, vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus (ADV), influenza A e B (FLU A e FLU B) e parainfluenza 1, 2, 3 e 4 (PIV1, PIV2, PIV3 e PIV4). Clinicamente, a maioria das pneumonias foi considerada leve, no entanto 10,6% das crianças foram atendidas na UTI ou precisaram de reanimação. Dentre o total de amostras analisadas, 359 (65,6%) foram positivas para pelo menos um vírus pesquisado. O BoVH foi detectado em 87 amostras (18,1%), sendo o segundo vírus mais prevalente, seguido apenas do VSR (150/31,3%). Os vírus PIV3, ADV, PIV4, PIV1, FLU A, FLU B e PIV2 foram detectados em 86 (17,9%), 45 (9,3%), 42 (8,7%), 33 (6,8%), 30 (6,2%), 3 (0,6%) e 3 (0,6%) amostras, respectivamente. Fatores de risco e comorbidades que predispõem infecções respiratórias estiveram presentes em 81,4% das crianças infectadas por BoVH. A idade média em meses foi de 12,1 nas crianças infectadas por BoVH e os sintomas mais frequentes foram dispneia e tosse. O agente não apresentou nenhum padrão de circulação sazonal. Conclui-se que o BoVH é um agente frequente de pneumonia na população pediátrica. Apoio: FUNCAP

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação