PADRÕES ESPAÇO-TEMPORAIS DA MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR POR LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO PIAUÍ, BRASIL
Resumo
Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada (DTN), relevante problema de saúde pública com elevada carga de morbimortalidade. Sua evolução clínica e o diagnóstico não oportuno favorece a ocorrência de internações hospitalares (IH) em áreas endêmicas, com diferentes graus de complexidade. Objetivo: Caracterizar padrões espaço-temporais da morbimortalidade hospitalar por LV no estado do Piauí (PI), de 2010-2017. Método: Estudo ecológico descritivo de base populacional estadual, com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Informação Hospitalar, com análise da morbimortalidade nos 224 municípios do PI. Foram incluídos todos os casos, registros e óbitos em IH com LV. Analisou-se a distribuição da taxa média/100.000 hab. Resultados: Um total de 1.680.338 IH foi registrado no PI. A LV foi identificada em 1.725 no SINAN, correspondendo 1.430 (0,09%) IH. Houve prevalência do sexo masculino 65,31%, <5 anos 39,37% e raça/cor parda 97,81%. O custo médio das IH foi de R$ 509,24; com um total de gastos por serviços hospitalares de R$ 643.827,72 e por profissionais, de R$ 90.143,81. A média de permanência hospitalar foi de 14,5 dias, registrando-se 70 óbitos (4,9%), com coeficiente de mortalidade de 4,85 óbitos/100.000 hab. A distribuição espacial com altas taxas de morbidade e IH foram verificadas nas regiões noroeste e sudoeste do meio norte, sul do semiárido e sudeste do cerrado, assim como no norte, sul do semiárido e sudoeste do cerrado, ocorrência óbitos hospitalares. Conclusão: É expressiva a morbimortalidade por LV no estado do PI, com padrões espaço-temporais que reforçam dimensões de vulnerabilidade individual e social. Os resultados deste estudo podem apoiar a definição de áreas prioritárias no PI, com vistas ao direcionamento de recursos e o desenvolvimento de ações de vigilância e atenção à saúde com vistas ao diagnóstico precoce e tratamento oportuno nestes municípios mais críticos.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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