PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL ATENDIDOS NO HOSPITAL SÃO JOSÉ DE 2016 A 2019

Autores

  • CÁssio Marinho Campelo
  • Denis Francisco Gonçalves de Oliveira
  • Camila Fernandes
  • Luiz Carlos Albuquerque-Pinto
  • Lília Maria Carneiro Câmara
  • Lilia Maria Carneiro Camara

Resumo

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral é uma doença negligenciada, antropozoonótica de alta incidência, morbidade e mortalidade no Brasil. OBJETIVO: Avaliar o perfil clínico dos pacientes com leishmaniose visceral atendidos no Hospital São José de Doenças Infecciosas no período de 2016 a 2019. METODOLOGIA: 74 prontuários de pacientes com leishmaniose visceral foram analisados do período de 2016 a 2019. As variáveis analisadas foram gênero, idade, tempo de busca por atendimento, critério de gravidade da doença (conforme protocolo Ministério da Saúde), manifestações clínicas e dados laboratoriais (hematológicos, microscopia e PCR real time). RESULTADOS: A média de idade dos pacientes atendidos no período considerado foi de 40,67 anos. A maioria era composta pela população masculina (86,5%). Em relação à gravidade, 47,3% eram graves e 52,7% não graves. Cujo o diagnóstico da doença se deu em média 30 dias depois do início dos sintomas. Em relação à febre, 71,6% apresentaram. A respeito do peso, 56,7% apresentaram perda. Sendo que 74,3% dos pacientes apresentaram hepatoesplenomegalia. A anorexia esteve presente na maioria deles (52%), que por sua vez, apresentaram quadro de anemia (100%) e pancitopenia (100%). Em relação à coinfecção, 41,9% dos pacientes tinham HIV e destes 32,44% eram graves. A positividade na pesquisa direta de leishmania nesse estudo foi de 43%, contrapondo o resultado do PCR com 93,25% e mediana de parasitemia no sangue de 927/mL e de 1298/mL em medula. CONCLUSÃO: A leishmaniose visceral possui maior acometimento em indivíduos do sexo masculino, com idade ativa. A maioria dos acometidos pela doença são considerados graves e possuem HIV, apresentando quadro clínico com perda de peso, febre, hepatoesplenomegalia anemia, anorexia e pancitopenia. A parasitemia mostra o tropismo parasitário pela medula, com uma considerável prevalência da coinfecção pelo HIV.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação