PERSPECTIVA ECOLÓGICA MARXIANA

Autores

  • Maiara Lopes da Silva
  • Josefa Jackline Rabelo

Resumo

Imbuída na ontologia do ser social lukacsiana, encontra-se a perspectiva ecológica de Marx que trata do metabolismo entre o gênero humano e o seu meio natural, ocorrida através do pôr-teleológico primário do tra¬balho e mediada pelas práxis por ele fundadas, inclusive aquelas que, quando da emergência das relações de produção capitalistas, forjam um antagonismo na relação homem-natureza. No trabalho, é central a noção de metabolismo, o qual define um processo de que participam a natureza e o ser humano, com sua peculiar ação, que, mediante dispêndio do corpo, regula e controla seu intercâmbio material com o mundo natural. Assim, pressupomos o trabalho sob forma exclusivamente humana, ato teleológico, projetivo, em cujo fim do processo aparece um resultado que já existia na imaginação do trabalhador. Divergente do trabalho ontológico, que liberta e realiza o homem, tem-se outra forma de trabalho, levado a efeito sob o domínio das relações sociais hierárquicas, regidas pelo poder de mando do capital, denominado trabalho estranhado, produtor de valores-de-troca, cujos valores-de-uso são por eles subsumidos. Isto posto, o objetivo da presente pesquisa foi entender, à luz da centralidade ontológica do trabalho, o metabolismo homem-natureza, enquanto perspectiva ecológica de Marx. Os aspectos metodológicos da investigação em tela caracterizam-na como um estudo teórico-bibliográfico, de natureza qualitativa, sobre algumas das obras de Marx, somado ao amparo de intelectuais contemporâneos debruçados sobre o tema. Os resultados parciais da investigação apontam que as propostas de fundação de uma nova sociabilidade, mesmo radicais, nem sempre consubstanciam que a revolução social não é somente a abolição da divisão social hierárquica baseada na propriedade privada dos meios de produção. De modo que, pode-se concluir que o fim da luta de classes só é factível frente à edificação de uma produção inteiramente voltada para os valores de uso, sem sobrepujar nem homem, nem natureza

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação