PESSOAS COM INCAPACIDADES OU PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS: DIFERENÇAS CONCEITUAIS QUE MARCAM O ESTIGMA DE PESSOAS COM HANSENÍASE

Autores

  • Vyna Maria Cruz Leite
  • Alberto Novaes Ramos Junior

Resumo

Introdução: A hanseníase está entre as principais Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), acometendo populações em situação de maior vulnerabilidade social. Frequentemente podem ocorrer alterações sensório-motoras, ulcerações, amputações e incapacidades físicas. Além do impacto físico, há consequências socioeconômicas, psicológicas e restrição da participação social. As pessoas com hanseníase ainda precisam enfrentar o estigma de serem descritos como pessoas com ou sem incapacidades (grau I, II ou III) e sendo incapazes, passam a enfrentar outras formas de preconceito (social, familiar, no trabalho), além da perda de seu protagonismo. Objetivo: Realizar uma discussão sobre estigma e protagonismo das pessoas com incapacidades. Metodologia: Trata-se de um comentário breve, um relato curto de uma temática de interesse para a saúde pública. Resultados: Segundo dados do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Ceará entre 2008 e 2017, dentre os casos avaliados quanto ao grau de incapacidade física (GIF) no momento do diagnóstico, a proporção de GIF 2 foi de 5% nas faixas etárias de 0 a 14 anos, 9,6% de 15 a 29 e 8,6% de 30 a 59. Esses dados apontam outra reflexão, como as pessoas com hanseníase, com graus de incapacidades estão sendo tratadas, não só quanto ao comprometimento neuro motor, mas como pessoas tão jovens, tem se percebido como sendo incapazes, ou até deficientes, e sua forma de protagonismo e enfrentamento da doença. O protagonismo significa resistência, combate, enfrentamento de antagonismos produzidos pelo mundo físico e social. O protagonismo é social, é uma conduta, um modo de existência que envolve todas as esferas da vida humana. Conclusão: O protagonismo representa uma ação de resistência contra a discriminação, a rejeição, desrespeito e negação ao diferente, por esta razão, também reflete uma dimensão política. Pessoas com hanseníase parecem não ser percebidas como protagonistas de seu tratamento nem do enfrentamento à doença que lhes estigmatiza.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação