PRÁTICAS SEMIÓTICAS E NOVAS MÍDIAS: PERSPECTIVA E LIÇÕES PARA O ESTUDO DE TEXTOS VERBOVISUAIS

Resumo

Estudos voltados para as mídias, tanto as tradicionais (rádio e televisão) quanto as “novas mídias” (internet e videogames), vêm conquistando um espaço importante entre as pesquisas semióticas de linha greimasiana, especialmente no Brasil, França e Itália. Tais pesquisas utilizam-se do clássico Percurso Gerativo do Sentido e de seus níveis (GREIMAS, 1973) para a análise do plano do conteúdo, buscando nos textos as suas relações enunciativas constituintes, na óptica de sujeitos da enunciação e universos socioculturais. Quanto ao plano da expressão, essas pesquisas se situam nos estudos do sincretismo (“uma pluralidade de substâncias para uma forma única”, FLOCH, in: GREIMAS; COURTÉS, 1986, p. 218) de linguagens e do semissimbolismo (“relação entre uma categoria da expressão e uma categoria do conteúdo e diferencia-se, assim, dos sistemas simbólicos de Hjelmslev em que há relação termo a termo entre expressão e conteúdo”, BARROS, 2018). Assim, esta investigação figura-se entre os estudos da expressão e propõe-se a sistematizar direções semióticas já conhecidas para a análise de textos sincréticos. Adjunto a tal propósito e conforme a vocação de disciplina prática, analisar-se-ão memes selecionados da página no facebook Barbie e Ken Cidadãos de Bem à luz das categorias da semiótica plástica de Floch (1985, 1990, 1995, 1997) para demonstrar: a) a aplicabilidade teórica das categorias; b) as análises individuais do plano da expressão e do conteúdo; c) o sincretismo verbovisual e o semissimbolismo nas relações textuais e discursivas entre os planos. Por fim, os esforços desta reflexão vão na direção de discutir de que maneira as categorias e o método de análise da semiótica plástica aplicados às novas mídias renovam nosso entendimento das práticas semióticas que as novas formas de vida da contemporaneidade.