PRECONCEITOS E ESTIGMAS NA EDUCAÇÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Maria Aparecida Alves Sobreira Carvalho
  • Veronica Morais Ximenes

Resumo

A educação superior brasileira vem mudando nos últimos 10 anos com ampliação de matrículas e diversificação do acesso de acordo com o Censo da Educação Superior (2019). A nova realidade não foi acompanhada por mudanças na formação de professores em torno da diversidade de perfis de estudantes na sala de aula. Diante desses desafios, adotamos como objetivo dessa pesquisa compreender as implicações dos preconceitos e dos estigmas na educação por meio de uma revisão sistemática, inserida como parte de uma tese de doutorado em Psicologia. A revisão sistemática foi realizada em duas bases de dados, Redalyc e PsycINFO, utilizando os descritores “preconceito OR estigma AND vergonha” nos idiomas português, inglês e espanhol, no período de janeiro de 2013 a agosto de 2019. Aplicados os critérios de exclusão e inclusão foram selecionados 31 artigos para análise no Atlas ti 5.2, de acordo com as dimensões cognitiva, emocional, comportamental e institucional dos estigmas e preconceitos. Os resultados indicam que o estigma se organiza como processo cognitivo com a visão essencialista das desigualdades entre gêneros e que as pessoas com deficiência tem pouco investimento pedagógico pela baixa expectativa dos professores. O impacto emocional do estigma favorece danos à saúde mental das pessoas com orientação homossexual por serem objeto de intolerância desde a infância e as diferenças entre gêneros produzem sentimentos de insegurança, vergonha, ansiedade, medo e dificuldades de rendimento na escola. O estigma comportamental favorece o distanciamento das pessoas com deficiência e das pessoas com orientações sexuais divergentes das normativas em um processo de desumanização. Por fim, o estigma impacta institucionalmente quando favorece o silêncio nos currículos com normalização das diferenças, culpabilizando as vítimas que sofrem violência de gênero nas universidades pela forma de vestir, falar, olhar e caminhar.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação