PROTOMODERNISMO ARQUITETÔNICO DE SYLVIO JAGUARIBE EKMAN NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM DE FORTALEZA ENTRE AS DÉCADAS DE 1930 E 1950: DIVULGAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DE SUA OBRA.

Resumo

Na década de 1930, Fortaleza-CE passava por transformações em busca de uma racionalização arquitetônica enquanto se descolava das referências do séc. XIX. Neste cenário, o engenheiro-arquiteto Sylvio Jaguaribe Ekman (1900-1977) apresenta importante contribuição no início da verticalização e inserção de novas tipologias de linguagem protomodernista na cidade. As revistas especializadas foram fundamentais na difusão da produção deste ciclo de mudanças de paradigmas que depois se consolidariam com a arquitetura moderna. A Revista Acrópole (RA) é considerada o periódico mais longevo (1938-1971) no país durante o séc. XX e, foi imprescindível no registro e divulgação da atuação de Ekman, bem como de outros desta cena, reunindo em seu acervo, potencial a ser explorado pela historiografia da arquitetura. Contudo, muitas informações sobre o protomodernismo brasileiro ainda estão dispersas. Esta pesquisa objetiva analisar a cobertura feita pela RA da produção de Ekman, sob a ótica da difusão e registro de sua obra, como fonte para uma historiografia do processo de modernização em Fortaleza. Como metodologia, fez-se uma pesquisa documental no acervo da RA, buscando sistematizar e analisar todas as publicações referentes ao legado de Ekman. Este trabalho foi viabilizado graças ao trabalho realizado pela USP que disponibiliza online todas as edições da RA. Ekman teve publicações na RA desde sua edição nº 2, de 1938, em um artigo com o panorama de suas obras na cidade até então. A partir daí, até 1953, sua produção apareceu em 21 edições. Para além da difusão de seu trabalho, Ekman colaborou por 10 anos na RA como consultor técnico no Ceará. Através da análise da produção de Ekman publicada na RA, observa-se uma obra representativa dos anseios modernizantes, imbuída de um ideário renovador no uso de soluções transculturadas de referências internacionais e adaptadas à realidade local, as quais norteariam alguns dos princípios da arquitetura moderna brasileira.